Nem todos tivemos a oportunidade de passar a infância em contato com a natureza, mas segundo um estudo publicado recentemente, quem viveu em ambientes menos urbanizados possui hoje uma melhor saúde mental, quando comparado a quem sempre morou em cidades.
Dependendo da região do país em que você mora, ter acesso a uma área arborizada e segura, onde crianças possam brincar sem problemas, é quase um luxo. Infelizmente, a tendência é que essa oferta seja cada vez menor, pois com o aumento do preço dos imóveis as construtoras procuram sempre aumentar a área privativa de seus empreendimentos.
Visão do futuro
Com o intuito de analisar a influência do contato com a natureza na infância, Mark Nieuwenhuijsen, diretor da Iniciativa de Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Saúde da ISGlobal e autor do estudo, entrevistou mais de 3 mil pessoas de quatro cidade europeias. Com idades entre 15 e 75 anos, os participantes precisaram relatar a frequência com que mantiveram contato com a natureza na infância e atualmente, além de um questionário que avaliava a saúde mental deles no último mês.
A conclusão foi de que, quanto mais contato determinada pessoa teve com a natureza na infância, melhor foi sua avaliação de saúde mental no teste. Além disso, os participantes que relataram um maior convívio com regiões arborizadas, também sentiam mais falta desse tipo de ambiente atualmente.
O próprio autor cita que a pesquisa ainda pode ser refinada, pois foi feita apena uma pergunta sobre o contato com a natureza na infância, respondida de forma individual e direta. Isso poderia criar um viés de recordação, onde pessoas que possuem mais afinidade com a natureza se lembrem melhor desses momentos.
Com a pesquisa, Mark buscou obter referências para que o planejamento urbano leve em conta espaços verdes, onde crianças possam conviver com esses ambientes mesmo em grandes cidades. Em declaração, ele solicita “aos políticos que melhorem a disponibilidade de espaços naturais para crianças e pátios verdes”.