Hoje em dia é praticamente impossível não estar em contato com a luz azul quase o dia todo, afinal ela está nas telas de computadores, smartphones e até mesmo nas lâmpadas de LED da nossa casa.
Ainda que não existam pesquisas conclusivas sobre os efeitos negativos da luz azul para a saúde, ela vem sendo relacionada a diversos males, como câncer, doenças do coração e piora na qualidade do sono. E parece que a coisa não para por aí: a Society for the Study of Ingestive Behavior (Sociedade de Estudos do Comportamento Alimentar, em tradução livre) apresentou recentemente um estudo indicando que a luz azul pode desengatilhar um excesso no consumo de doces, ao menos em ratos.
Os cientistas verificaram que uma hora de exposição noturna à luz azul levou à elevação dos níveis sanguíneos de açúcar e ao aumento do consumo de açúcar entre os ratos.
Durante a pesquisa, os ratos tinham a sua disposição uma alimentação nutricionalmente balanceada (específica para roedores), água, gordura e água com açúcar. Quando expostos à luz azul durante a noite eles beberam mais água com açúcar.
E nós, vamos virar “docemaníacos”?
Vale ressaltar que essas observações foram feitas em ratos machos, mas os pesquisadores alertam que processo similar pode se dar também em humanos (homens, em particular) que passam muito tempo grudados as suas telinhas.
Anavanci Masís-Vargas da University Of Strasbourg diz que “limitar o tempo que passamos em frente às telas à noite, por enquanto, é a melhor medida para nos proteger desses efeitos danosos da luz azul”.
Embora os resultados do estudo seja interessantes, somente futuras pesquisas poderão confirmar se as descobertas se aplicam também aos humanos. Como já é sabido, modelos de testes com animais em pesquisas biomédicas são úteis, mas não infalíveis, e o que é verdade para ratos pode não ser para humanos.
A luz azul nem sempre é vilã.
A maior parte da exposição à luz azul vem do sol e, durante o dia, ajuda a nos manter alertas e melhora nosso humor. O problema é a exposição noturna (artificial) que pode alterar o ritmo circadiano, prejudicando a qualidade do sono.
Rahul Khuranra, MD, porta-voz do American Academy of Ophthalmology recomenda limitar a três horas antes do sono o tempo de exposição à luz azul. Se realmente não for possível, usar o modo noturno dos aparelhos, que torna a tela mais alaranjada.
Mais uma razão para dar um tempo no Instagram e voltar às páginas daquele livro que está na cabeceira juntando pó antes de dormir…