O governo japonês informou nesta quarta-feira que enviou uma resposta negativa à Coreia do Sul em referência a um pedido para apagar duas ilhotas reivindicadas pelos dois países de um mapa do território japonês, apresentado para os Jogos Olímpicos de 2020.
“É verdade que a Coreia do Sul fez um pedido através da embaixada do Japão em Seul, mas nós respondemos que não era admissível, já que Takeshima é de propriedade do Japão”, disse o porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga.
Já os sul-coreanos se posicionaram em protesto. “Convocamos uma autoridade da embaixada japonesa e protestamos”, confirmou a parte sul-coreana, esclarecendo que “o governo continuará a responder com firmeza às exigências irrazoáveis de Tóquio e dará prosseguimento aos problemas relacionados aos Jogos”. Para Seul, as ilhotas são parte integrante da Coreia do Sul, “historicamente, geograficamente e do ponto de vista do direito internacional”.
Sobre a cartografia que explica a rota da chama olímpica para os Jogos de Tóquio em 2020, um pequeno ponto representa Takeshima, dois rochedos isolados e desabitados reivindicados pelos japoneses, mas controlados de fato pelos sul-coreanos sob o nome de Dokdo. Localizados a oeste do Japão, sua área de superfície acumulada não excede 0,20 km². No Ocidente, são chamados de “Rochedos Liancourt”, em homenagem a um baleeiro francês do século XIX.
De acordo com a imprensa japonesa, Seul estima que o modo de proceder de Tóquio-2020 vai “contra o espírito olímpico”. A situação entre o Japão e a Coreia do Sul está bastante tensa, devido a múltiplas disputas históricas e fortes posições nacionalistas de ambos os lados.
“As relações estão atravessando um período extremamente difícil”, reconheceu Suga na quarta-feira. “Mas diante de todos esses problemas, nosso país continuará exigindo que a Coreia do Sul tome as medidas apropriadas, levando em conta a posição consistente do Japão sobre estas questões diferentes”, insistiu, inflexível.
Segundo ele, o governo também rejeitou os protestos de Seul contra o nome “Mar do Japão” para descrever a extensão marinha a oeste do território japonês, enquanto os sul-coreanos o chamam de “Mar do Leste”, porque está a leste do seu país.
Uma disputa semelhante ocorreu nas Olimpíadas de Inverno na Coreia do Sul, em Pyeongchang no início de 2018. Seul decidiu então, para aliviar as tensões, não usar mais uma versão de bandeira onde um ponto azul representava Takeshima/Dokdo.