Você consegue imaginar que, em um primeiro momento, séculos atrás, o chocolate foi visto com suspeita e até certo ponto relutância? Inacreditável, não é mesmo? Mas, foi isso mesmo. Depois, ele se tornou remédio para finalmente se tornar esse manjar que “vitimou” milhares de pessoas por todo o mundo transformando-os em chocólatras.
Popular, o chocolate acaba escondendo alguns fatos curiosos, outros incomuns e outros até mesmo desagradáveis que envolvem todo o setor que o faz chegar nas nossas mesas. Confira aqui uma lista com 5 informações não tão populares assim.
Chocolate tem 600 moléculas de aroma
Quando as mães dizem que se deve comer chocolate devagar, raramente alguém as ouve, mas deveriam. Com 600 moléculas de aroma, o chocolate precisa de um tempo para ser apreciado. Cientistas estudaram os 600 produtos químicos e descobriram que para criar o perfume de cacau são necessários apenas 25. Isso é importante porque o sabor vem do olfato, uma vez que ao colocar o chocolate na boca, a manteiga de chocolate derrete e as moléculas se dispersam nas passagens orais e nasais, por isso que, para saboreá-lo de fato, é necessário tempo. Os produtos químicos deixam de funcionar e perdem sabor quando o chocolate é ingerido com muita rapidez.
A embalagem importa
Um estudo realizado em 2019 com voluntários que se ofereceram para “testar” chocolates comprovou que a embalagem faz diferença. Em um primeiro momento, os voluntários provaram o chocolate sem qualquer embalagem. Depois, já com a embalagem, eles tiveram que descrever os sentimentos que o produto produzia, além de pontuar o sabor e as chances de comprá-lo no mercado. E foi aí que a embalagem fez diferença nas classificações. As notas de sabor caíram quando a embalagem era “decepcionante”. As embalagens sofisticadas tiveram uma chance maior de serem adquiridas e, embora o sabor fosse grande fatos, a aparência se provou surpreendentemente poderosa.
(Fonte: Pixabay)
Remédio de chocolate?
O xarope de chocolate é item essencial em sorveterias do mundo todo, mas no século XIX ele era item essencial de farmacêuticos. Isso mesmo. Eles compraram, à época, pó de cacau amargo e misturaram com grandes doces de açúcar, formando um xarope espesso, utilizando-o para tratamento de dor de cabeça. Além disso, o xarope era uma boa arma para fazer com que as crianças aceitassem os remédios menos saborosos. E como ele foi parar na cozinha? Naquela época, farmacêuticos agiam em outras frentes e muitos também vendiam lanches. Bom, assim não demorou para o xarope sair da prateleira destinada aos fármacos para a destinada aos lanchinhos.
(Fonte: Pixabay)
Marfim revestido de chocolate
O comércio de marfim foi proibido há 30 anos, mas por ser muito valiosas, as presas de elefantes continuaram movimentando um mercado paralelo. Só em 2011, estima-se que cerca de 50 mil elefantes tenham sido mortos com base na quantidade de martim apreendido. E para conseguir passar pelas fronteiras, os contrabandistas usam muitos artifícios. Em 2013, funcionários de Macau fiscalizaram a bagagem de dois homens porque ficaram desconfiados ao encontrar 583 barras de chocolate com um peso bem incomum. O estoque pesava 34 quilos. Eles abriram as “barras” e mergulharam em água morna e descobriram que se tratava de marfim revestido de chocolate com valor que superava os US$ 76 mil. No ano anterior, 90 “focas” de marfim revestido de chocolate já haviam sido apreendidos.
(Fonte: Live Science)
Trabalho infantil na Nestlé
Se você é fã dos chocolates Nestlé, talvez seja bom prestar atenção aqui. Durante anos a empresa foi alvo de denúncias e acusações de trabalho infantil, uma delas inclusive falava em sequestro e em como seguranças literalmente abriam os pés de crianças que tentassem fugir das fazendas de cacau. A Nestlé então contatou a Fair Labor Association para fazer auditorias anuais nas fazendas da Costa do Marfim, maior fornecedor de cacau do mundo. Em 2014, 260 fazendas fornecedoras da Nestlé foram visitadas e o que encontraram não foi nem de longe a imagem feliz que a empresa vende. Haviam 56 crianças menores de idade, 27 delas com menos de 15 anos. Aproximadamente 24 crianças não eram alfabetizadas porque trabalhavam ao lado das famílias e pelo menos uma criança foi forçada a trabalhar sem remuneração. A FLA afirmou que a Nestlé tentou corrigir a situação, mas os agricultores não seguiram a recomendação. Advogados de direitos humanos, no entanto, garantem que a Nestlé não pode, ou não quer resolver o problema e que uma autoridade independente deve regular todo o setor.