Túmulo de Jesus Cristo em Shingo, província de Aomori, Japão
Sabia que existe uma lenda que diz que Jesus Cristo morou no Japão? Pois é, acredite se quiser, mas essa história existe. Existe até um lugar chamado “Túmulo de Cristo” (tomb of Christ) no povoado de Shingo, na província de Aomori.
Shingo costumava ser chamado de Herai, uma palavra aparentemente de origem hebraica, derivado do “Hebron” que significa “Casa dos hebreus”.
Túmulo de Jesus no Japão
Segundo a história, aos 21 anos, Jesus veio ao Japão em peregrinação através da Rússia e Sibéria e acabou morando na aldeia, onde viveu do cultivo de arroz e chegou até a se casar com uma japa chamada Miyu e teve até filhos. Teve uma vida longa até aos 106 anos e depois da “morte”, foi enterrado em Shingo.
Mas então, quem foi crucificado em Jerusalém? A lenda diz que foi seu irmão, conhecido como Isukiri. Ué, mas Jesus tinha um irmão? Você com certeza deve estar se perguntando.
Segundo a lenda, sim… No local ainda há duas sepulturas que julgam ser de Jesus e do seu irmão Isukiri, que não sei de que maneira está enterrado lá também… só não me perguntem por que.
Descendentes de Jesus no Japão
Próximos estão os túmulos da família Sawaguchi. De acordo com os escritos hebraicos, os Sawaguchis, que continuam a viver na área, são os verdadeiros descendentes de Cristo. O curioso é que as fotos dos seus ancestrais revelam uma fisionomia diferente das feições dos típicos japoneses.
Eles são mais altos, os narizes mais longos e a pele mais clara do que outros na aldeia. Um fato curioso é que o emblema da família Sawaguchi é uma estrela muito semelhante à estrela de David. E outro fato ainda mais curioso é que ninguém dessa família segue o Cristianismo. Estranhamente todos são budistas.
Tradições locais
Para alimentar ainda mais a lenda, em 2004, o embaixador de Israel visitou Shingo e doou uma placa, escrita em hebraico. Existe até hoje um costume muito original em Shingo. Quando um novo bebê vem ao mundo, uma cruz é desenhada em sua testa, com carvão para protegê-los do mal.
Outra tradição que as pessoas de lá levam muito à sério é uma cerimônia diferente de qualquer outra no Japão. Ocorre no mês de junho, onde mulheres vestidas de quimono, dançam ao redor do túmulo do suposto “Jesus Cristo”. Essa cerimônia atrai centenas de visitantes todos os anos à pacata vila de Shingo.
O dialeto usado nas canções e danças da cerimônia “Nanyadoyara”, parece se tratar de um dialeto esquecido há muito tempo pelos moradores locais e nenhum deles sabe realmente o significado. Outros acreditam que o dialeto provém de uma língua antiga hebraica, pois algumas palavras soam familiar, como a palavra “Nazaré”.
Segundo especialistas, a língua japonesa tem várias palavras semelhantes ao idioma hebraico, o que deixa todos muito confusos, pois até onde se sabe, não existe ligação histórica entre o Japão e Israel. Ou será que tem? Vixi, tá dando um nó na minha cabeça.
Essa história é tão maluca que parece mais uma daquelas teorias da conspiração, estilo “O Código Da Vinci” não acham?
Origem da lenda de que Jesus viveu no Japão
Mas você deve estar se perguntando, de onde surgiu essa história mirabolante?
Eu explico: Tudo isso veio à tona em 1930, quando documentos antigos foram descobertos e deixados em posse de um sacerdote xintoísta. Porém esses documentos se perderam durante a 2° Guerra Mundial. Bem conveniente não é?
Em um desses documentos, está escrito toda essa história, pasmem, assinado pelo próprio Jesus Cristo. O manuscrito ficou conhecido como “Vontade de Cristo“. Abaixo, você pode ver uma réplica do documento deixado por Jesus no Japão. Sim, sim… ele falava e escrevia em japonês! É “prakabá” não acham?
Bom, mas muita gente acredita de verdade nesse fato, mesmo com uma explicação que possa esclarecer que tudo isso foi na verdade uma farsa, pois dizem que os documentos alegados autênticos, escritos em japonês perfeito e assinado por Jesus, foram encontrados por Kyomaro Takeuchi, que foi contratado pelo prefeito de Shingo na década de 30.
Na época, o prefeito estava desesperado para promover o turismo na cidade e assim alavancar a situação econômica precária da região.
Se realmente foi ele que forjou tudo isso, dá para perceber que ele tem uma imaginação bem fértil e pelo que parece, ele foi bem sucedido na sua pretensão, já que mais de 10.000 pessoas visitam a pequena aldeia anualmente para visitar o túmulo do suposto Cristo.
Lá também foi construído um museu chamado “Christ Tomb Museum” (Museu do Túmulo de Cristo), onde há muitos artefatos das tradições locais, como roupas exclusivas, cestas tecidas que são estranhamente similares aos do antigo Israel e bonecos com a testa marcadas com a cruz. Veja algumas peças do museu abaixo:
Jesus Rock (Jesus na rocha)
O pior é que para alimentar ainda mais essa história, um guia turístico “descobriu” recentemente, uma figura de Jesus, localizado em uma alcova rochosa, às margens do Lago Towada em Aomori. O mais bizarro é que os musgos e as colorações da rocha fazem com que o “rosto” de Jesus fique ainda mais realista.
Depois dessa descoberta, o local se tornou um ponto turístico disputado, onde visitantes se espremem nos barcos afim de ver a imagem de Jesus Cristo, pois como está escondido em uma alcova às margens do lago, só dá para vê-lo de dentro de um barco.
A pedra mede cerca de 1,50 metros de altura e supostamente está em pé e com as mãos unidas como se estivesse em oração… Conseguiu identificá-lo?
Com mais de 60 km², o Lago Towada (十和田湖) é o maior lago da ilha principal de Honshu e é com certeza um dos mais belos cartões postais no Japão. O lago fica na fronteira entre as províncias de Akita e Aomori atrai todos os anos, milhares de visitantes, que aproveitam o clima temperado para apreciar a bela paisagem natural.