Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar, já dizia Carlos Drummond de Andrade.
E não adianta querer desvendá-lo, descobri-lo, decifrar seus pensamentos. Não entendemos nem reconhecemos muitas vezes nem nossas próprias atitudes, imagina tentar estar na mente do outro e saber o que se passa lá.
Mas há sim, muitas pessoas que pensam, ou têm certeza de que seus pensamentos, suas experiências, seus sentimentos, suas dores são muito maiores do que as dos outros.
O tipo de ser egoísta, que talvez devido algumas atitudes tenha algum transtorno, ou até então, não, mas que faz de sua vida e sua história muito mais fortes, com significações bem maiores do que de qualquer outro ser existente na terra.
Tem gente que precisa de atenção, sempre. Seus problemas precisam importar para os outros. Seus parceiros, filhos, pais, amigos, parentes, colegas de trabalham devem se comover com o que criam em suas existências e eles têm a certeza de que ninguém consegue entendê-los.
Quando falamos disso, parece que imaginamos alguém ao nosso redor. Entretanto, há muitas pessoas por aí que não se autoavaliam e nem percebem que são elas mesmas as pessoas que tudo em suas vidas é tratado na potência máxima.
Se alguém relata uma situação parecida, já é cortada, porque o que o que acontece com o outro é muito menos importante.
Gente que não relaxa, que avalia pouco a própria vida, que tenta encontrar uma saída, porém, desiste logo. Nós temos várias versões de nós mesmos. Precisamos escolher a melhor em cada situação e colocá-la para agir, para enfrentar, ou recuar, se for necessário. E como tem seres por aí que aumentam, que apelam, que assustam! Como se as coisas não fossem dar certo. Que se julgam e julgam os outros, os fatos, a vida como um todo.
Leia-se. Revise-se. Como você é? Ou na maioria do tempo que versão usa? É resiliente, desesperado, ansioso, ponderado, analista, age com bom senso? É claro que às vezes a gente pira. Mas pirar é bom consigo mesmo. Sem teatros, sem palco e sem muitos espectadores.
Trabalhar-se começando pelo interior é transformar-se numa pessoa que faz e não se sente vítima das situações e ocasiões o tempo todo. Que o pessoal da rua, do mercadinho, os melhores amigos e amores reconheçam uma companhia daquelas que sempre são esperadas e bem-vindas. Que falam de problemas como apenas problemas. Não como uma tragédia humana, sem solução ou um fenômeno sem explicação.
Que sabe que nem todo dia é igual e que amanhã tudo o que é, simplesmente, foi.