A sociedade do Japão, conhecida pela organização educada que a rege, depende muito da compreensão e dos comportamentos subentendidos para a manutenção do “wa”, ou ideal de harmonia social. Com Tóquio se preparando para a chegada dos turistas para a Olimpíada, entre julho e agosto, aqui vão algumas dicas menos conhecidas para quem vai visitar o país pela primeira vez e não quer cometer gafes nem deslizes culturais durante a estada.
1) Não precisa dar gorjeta
O visitante que for a Tóquio para os Jogos Olímpicos já vai desembolsar um dinheirão, por isso é um alívio saber que, no Japão, não é costume dar gorjeta aos prestadores de serviços. Embora não seja necessariamente considerada grosseira – ainda que se argumente que dar gorjeta é esnobar o dono do estabelecimento –, a gratificação não é prática padrão entre os japoneses, uma vez que todo o ganho do funcionário vem do salário e dá-se valor à prestação de um atendimento sempre excelente ao consumidor.
2) Vai pagar em dinheiro? Observe a bandeijinha
Uma visão comum nas lojas japonesas é a bandejinha plástica ao lado do caixa. Para o pagamento em dinheiro, manda o costume local que as notas sejam colocadas ali, e não entregues na mão do funcionário – e se houver troco, ele será devolvido da mesma maneira. Só mesmo nos estabelecimentos em que não houver uma é que a regra não precisa ser seguida.
3) Evite comer/beber caminhando
Seria de esperar que, em uma metrópole de ritmo intenso como Tóquio, comer e beber andando fosse coisa comum. Na verdade, porém, o hábito é considerado meio que uma gafe por causa do conceito do “ikkai ichi dousa”, ou seja, fazer uma coisa de cada vez.
4) Não abra a porta do táxi
Embora seja recomendado fazer uso da extensa rede pública de transporte de Tóquio durante a Olimpíada, em determinadas situações talvez seja preciso pegar um táxi. Se tiver de chamar algum, lembre-se de que as portas são manipuladas pelo motorista e se abrem automaticamente para os passageiros. Abri-la sozinho é considerado bola fora. Ao chegar ao destino, depois de pagar a corrida, o taxista a ativará novamente para sua saída.
5) Conversar dentro dos trens não é boa ideia
Ainda que os trens da cidade operem com até 200% da capacidade nos horários de pico, usar o transporte público pode ser uma experiência perturbadoramente silenciosa. Mandar mensagens e torpedos é permitido, mas falar ao telefone, nem pensar. Mesmo o bate-papo entre os passageiros não é aconselhável. Vale notar também que, embora tirar fotos da paisagem externa seja aceitável, não se aconselha registrar o interior dos vagões cheios, principalmente se houver crianças e/ou estudantes.
6) Alimentação, só no trem-bala
Parte do que permite até aos vagões mais lotados e concorridos uma condição impecável é a aversão geral ao consumo de comida nos trens. As bebidas são até aceitáveis, mas o ato de comer é considerado falta de educação; salgadinho pode, mas só nas plataformas das estações. A única exceção são os trens-bala. De fato, é bem comum ver os passageiros beliscando nas belíssimas caixinhas bentô “eki-bem” durante as viagens mais longas.
7) O que fazer na escada rolante em Tóquio
Para garantir o fluxo constante do tráfego de pedestres, principalmente nas estações de metrô, a regra nas escadas rolantes de Tóquio reza que, se vai ficar parado, você deve se posicionar à esquerda; se for seguir andando, fique à direita. Mas em Osaka, que se orgulha de ser diferente, vale o contrário.
8) Leve o lixo para casa
Após uma longa ausência, há alguns anos as latas de lixo e de recicláveis estão voltando às estações de metrô, aos parques e a outros espaços públicos. Nos eventos mais badalados, porém, é comum que sejam lacradas como precaução de segurança. Se você se vir nessa situação, faça como os locais, já acostumados a simplesmente levar o lixo para casa ou para o hotel, a fim de separá-lo e descartá-lo.