A década de 90 foi marcada pela intensa disputa entre o mundo e a indústria automobilística japonesa.
Chevrolet Corvette, Porsche 964, Ferrari 348 e Lotus Esprit sentiram o peso da concorrência formada por Honda NSX, Mitsubishi 3000 GT, Nissan 300 ZX e Mazda RX-7.
A história do RX-7 começa em 1961, quando a Mazda firmou contrato com a alemã NSU para aprimorar o motor rotativo criado por Felix Wankel.
O conceito consiste em um rotor triangular que gira no interior de uma carcaça oval, movimento contínuo e suave devido à ausência do sobe e desce presente nos motores a pistão.
Após o encerramento da produção do sedã NSU Ro 80, em 1977, a Mazda tornou-se o único fabricante de larga escala a produzir automóveis com motor Wankel.
Chamado Savanna RX-7 no Japão, ele foi apresentado em março de 1978.
Desenhado por Matasaburo Maeda, era um dos esportivos mais leves do mercado, com pouco mais de 1 tonelada distribuída igualmente entre os eixos (50/50).
Os 105 cv do motor 12A com dois rotores e 1,1 litro bastavam para levá-lo de 0 a 100 km/h em 9,5 s.
A máxima de 190 km/h era favorecida pelo bom perfil aerodinâmico. O câmbio manual de quatro marchas era de série, com opção manual de cinco marchas ou automática de três.
O sucesso no Japão foi imediato: sua alta potência específica contornava a política tributária do país, que penalizava motores com mais de 1,5 litro.
Pouco depois, veio o Savanna RX-7 Turbo: com 165 cv, o revitalizado motor 12A antecipou o nível de performance que estava por vir.
Nitidamente inspirada no Porsche 944, a segunda geração apresentada em 1986 foi desenvolvida em torno das preferências do mercado norte-americano.
Nesse período, o RX-7 tornou-se consideravelmente mais pesado, mas incorporou avanços importantes como a caixa de direção com pinhão e cremalheira e a suspensão traseira independente.
Os 203 cv faziam a versão Turbo ir de 0 a 100 km/h em 6,3 s e a máxima de 240 km/h deu uma ideia do que a Mazda guardava para a terceira geração.
O mais belo RX-7 surgiu em 1992, com linhas fluidas e atemporais. Sua maior novidade era o motor 13B-REW de 255 cv com dois turbos sequenciais desenvolvidos em parceria com a Hitachi.
Com 1.300 kg, a terceira geração foi testada pela QUATRO RODAS: chegou a 239,6 km/h após acelerar de 0 a 100 km/h em 6,12 s.