O Mitsubishi Galant foi um sedã de porte médio-grande, posicionado acima do Lancer e que foi produzido originalmente entre 1969 e 2012, mas teve continuidade até 2017 sob outra forma.
O Galant sempre teve uma roda na esportividade e outras no luxo, sendo um carro desejado em boa parte de sua vida comercial. Este carro teve variantes hatchback, fastback, liftback, cupê e perua, tendo mais de 5 milhões de unidades.
Durante 10 gerações, o Mitsubishi Galant passou por diversas fases da marca japonesa e chegou mesmo a ter uma sobrevida, mas usando o Mitsubishi Lancer como base por 10 anos.
Sempre espaçoso, potente e confortável, o Galant foi vendido no Brasil em duas gerações, sendo estas a sétima e a oitava, entre 1994 e 2005. Ele fora um rival para Honda Accord, Toyota Camry e Nissan Altima.
Mitsubishi Galant
O Mitsubishi Galant, do francês “cavalheiresco”, foi um produto que variou de segmento, surgindo como um sedã médio e passando parta um nível superior, mas que depois retornou a sua original, onde recebeu o nome Galant Fortis.
Sua vida começou no Japão e com o nome Colt, que viria a nomear também um modelo compacto, mas aos poucos ganhou o mundo e acabou sendo fabricado em diversos lugares, inclusive nos EUA, onde sua linhagem continuada se encerrou.
Bem evoluído em todas as gerações, exceto a décima, o Galant foi um produto bem apreciado e que gerou milhares de fãs pelo mundo, especialmente no Japão.
Na década de 2010, o Mitsubishi Galant entrou na crise da marca japonesa, que não deu continuidade a diversos modelos, incluindo Lancer, sendo que até hoje não houve um sucessor de fato. Rumores falaram Renault Talisman como opção.
Mitsubishi Galant – Estilo
Embora o Galant Fortis seja considerado a décima geração do Mitsubishi Galant, em realidade a nona geração é de fato o último produto com as características que marcaram o produto na maior parte de suas quatro décadas.
Como já dito, o Galant Fortis é um Lancer, por isso ele não é a última leitura de estilo do clássico japonês. Lançado em 2004, o modelo foi fabricado originalmente em Normal, no estado americano de Illinois.
Ele também foi feito em Taiwan como Galant Grunder e na China, pela Soueast Motors, sob o nome global. Assim como desde os anos 80, o modelo tinha porte de sedã grande (médio nos EUA).
Nos EUA, a nona geração foi um projeto ambicioso da Mitsubishi, que desenvolveu um plataforma única e exclusiva, chamada PS ou “Project America”, que sustentou ainda o último cupê Eclipse e o crossover Endeavour.
Bem americano, o Mitsubishi Galant tinha 4,850 m de comprimento, 1,840 m de largura, 1,480 m de altura e 2,750 m de entre eixos, tendo sido produzido apenas como sedã.
Apesar de ser um sedã de linhas tradicionais, o Galant surgiu em 2004 com versões que realmente tinham um apelo maior para a esportividade, sendo uma delas bem purista, a Ralliart. A GTS foi uma proposta abaixo em desempenho.
Ao gosto americano, o modelo era longo e largo, tendo frente com quase quadrados, mas com múltiplas parábolas, além de piscas e luzes de posição laterais, obrigatórias nos EUA.
O capô longo tinha um ressalto na parte central que se estendia até o para-choque, dividindo a grade e ostentando o logotipo dos três diamantes. Já o para-choque era volumoso e liso, com dois faróis de neblina e grade inferior.
O teto era curvado e apresentava baixa resistência ao ar, tendo portas medianas que iam até os arcos superiores. A linha de cintura era alta e as maçanetas ressaltadas. As rodas tinham aros 17 ou 18 polegadas, dependendo da versão.
As colunas C eram bem inclinadas e reforçadas, com as portas traseiras em um corte abrupto no desenho. Na traseira, a tampa do porta-malas não era muito proeminente e as lanternas alta e escurecidas destoavam do conjunto.
O para-choque era bem envolvente e criava um ressalto na base da tampa, onde o nome Galant quase se escondia. O protetor era linha e de base elevada, expondo bem o silencioso do escapamento, abaixo do carro.
Por dentro, o Mitsubishi Galant não compartilhou muitos componentes com Eclipse e Endeavour, o que foi uma boa ideia para deixa-lo distante dos irmãos, embora com prejuízo nos custos de desenvolvimento.
O painel forma um duplo cockpit com um console alto e reto separando motorista de passageiro, assim como um acabamento central em preto brilhante ou estilizado em posição horizontal.
O cluster analógico tinha mostradores circulares fundidos e trazia até as posições de marcha individualizadas. No alto do console, dependendo da versão, havia um display de multimídia com navegador GPS integrado.
Logo abaixo ficavam os difusores de ar e o sistema de som integrado com CD player, além do ar condicionado de acionamento manual. Na base, havia uma entrada auxiliar e aquecedores dos bancos dianteiros.
A alavanca do câmbio automático tinha base cromada e seletor com mudanças manuais. O volante tinha quatro raios, mas não havia opção de comandos visíveis, com o piloto automático em haste na coluna.
Como num esportivo japonês, o freio de estacionamento era manual e bem ressaltado no túnel central, que ainda tinha porta-copos e objetos (abaixo do apoio de braço central).
Atrás, o espaço para pernas era bom e o banco bipartido tinha apoio de braço central com porta-copos. As portas tinham bom acabamento e, dependendo da versão, aplique em madeira ou preto brilhante.
Na versão Ralliart, o console era mais cinza e o cluster tinha fundo branco com grafismos vermelhos, tendo ainda volante e alavanca em couro, bem como bancos mais envolventes. Normalmente os bancos eram forrados em material sintético.
O porta-malas, apesar do tamanho do carro, era pequeno, tendo apenas 377 litros. O Mitsubishi Galant tinha suspensão dianteira McPherson e traseira multilink.
Ralliart
Por fora, o Mitsubishi Galant teve mudanças no visual nas versões GTS e Ralliart. Na primeira, apenas rodas de cinco raios, extensão de lanternas e porta-malas e conjuntos óticos frontais e traseiros diferenciados, que chamavam atenção.
Na Ralliart, que surgira depois da GTS, o visual era mais elaborado e expressava a performance extra que o Galant apresentava em 2006. Ela aproveitou o mesmo conjunto ótico, porém, tinha grade diferenciada.
Esta tinha uma grelha estilizada e contínua, que se estendia sobre o ressalto central, tendo ainda a base cromada. O para-choque tinha linhas de expressão e base da grade inferior em cinza, como se fosse um crossover, por exemplo.
As rodas eram maiores e mais esportivas. Assim como no Galant GTS, o Ralliart também tinha extensão nas lanternas e prolongamento da tampa do bagageiro, dando um ar mais esportivo. O escape era maior e cromado.
Mitsubishi Galant – Motor
Os motores usados pelo Mitsubishi Galant de nona geração foram apenas 4G69 e 6G75, sendo que o segundo teve versões com e sem MIVEC. O primeiro era um quatro cilindros atualizado do (muito copiado na China) 4G64.
Tendo 2.4 litros e comando SOHC (16V), o 4G69 tinha injeção multiponto e entregava 162 cavalos com 21,6 kgfm. Ele tinha apenas câmbio automático de quatro marchas e tração dianteira.
Já o motor V6 6G75 tinha 3.0 litros e duplo comando de válvulas, com 24V. O motor entregava 238 cavalos e 34,4 kgfm, tendo transmissão automática de quatro marchas.
No Galant Ralliart, o mesmo motor com MIVEC ia até 262 cavalos e 35,7 kgfm. O câmbio, nesse caso, tinha cinco velocidades.
Gerações
Em 1969, a Mitsubishi lançou o Colt Galant, um modelo de porte médio para a época e que não passava de 4,08 m de comprimento. Ele chegara nas carrocerias cupê, sedã e perua, sendo os dois últimos com quatro portas.
Tinha um visual robusto e quadradão, que incluía retrovisores nos para-lamas, um padrão japonês, além de quatro faróis circulares numa grade preta, bem como lanternas com quatro lentes cada. No esportivo FTO, eram dois faróis redondos.
Essa geração durou até 1973, tendo motores de 1.3 a 1.7 litros, com até 97 cavalos, mas no Colt Galant Coupé GTO, o motor era 2.0 e chegava a 125 cavalos.
A segunda geração foi até 1977, tendo 4,20 m e mantendo as opções de carroceria, mas com um visual mais equilibrado. Aí, os motores ficaram apenas em 1.6, 1.8 e 2.0 no GS, que chegava a 116 cavalos.
Em 1976, o Galant cresceu um pouco mais na terceira geração, que começava a ganhar ares de produto superior, tendo 4,33 m de comprimento e agora sem a opção cupê. A perua chamava atenção pelas portas traseiras grandes.
Nesse modelo, o visual era mais fluído e no primeiro facelift de 1978, o Galant lembrava o Ford Corcel II, mas com quatro portas. O nome Colt fora abandonado, porém, Sigma passou a ser usado em alguns mercados. Um 2.6 foi usado também.
No ano de 1980, o Galant ressurgiu como Eterna em alguns países, tendo sua quarta geração aumentado de tamanho para 4,57 m de comprimento com 2,53 m de base. Tinha porte semelhante ao do nosso VW Santana de 1984.
O estilo chamava atenção por frente inclinada, tendo faróis grandes e retangulares, além de linha de cintura rebaixada em relação às colunas A e C. Essa geração teve motores 1.6, 1.8 e 2.0, sendo que este último ainda ganhou versão turbo.
Nesse caso, chegou a ter 156 cavalos. O motor 2.6 de quatro cilindros continuou a ser usado, enquanto um diesel 2.3 de 84 cavalos foi o primeiro do tipo no modelo. Tinha opção automática de três marchas e variantes Dodge e Chrysler.
Como a anterior, a quinta geração foi chamada de Sapporo na Europa e V3000 na Nova Zelândia, além de Eterna em boa parte do mundo. Assim, o Galant de 1983 adotou linhas retilíneas e faróis duplos, inicialmente inclinados.
No Japão, o Mitsubishi Galant VR chegou a ter 200 cavalos em versão turbo, tendo ainda recebido dois motores V6, sendo um 2.0 e um 3.0, este com 150 cavalos. O motor Sirius de duas gerações antes continuou com a série 4G64.
Ganhou ainda uma carroceria diferente, chamada de Hardtop Sedan, mais fluída e assim ganhando o nome de Mitsubishi Sigma, virando um intermediário entre o próprio Galant e o Diamante, que era o maior sedã do fabricante nos anos 80.
Com a sexta geração em 1987, o Mitsubishi Galant recebe inovações, como a primeira suspensão pneumática adaptativa de produção seriada do mundo, a Dynamic EGS.
Mantendo seu porte com 4,56 m de comprimento e 2,60 m de entre eixos, o modelo recebeu ainda uma carroceria liftback com vigia envolvente e enorme tampa traseira.
Outra primazia do Galant de 1987 foi uma edição limitada com motor 2.0 turbo de preparação da AMG, que ainda não pertencia à Mercedes-Benz. Já o esportivo VR-4 é considerado pelos entusiastas como o “Evo Zero” com 241 cavalos.
A sétima geração chegou ao Brasil em 1994 e trazia versão com motor V6 2.0 de 150 cavalos. Manteve a versão VR4 no Japão com a mesma potência, indo de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos. Ele media 4,64 m com 2,63 m de base.
A oitava geração também veio e teve motores 2.0 16V de 136 cavalos e V6 2.5 com 163 cavalos. No Japão, esse Galant teve um V6 2.0 com 200 cavalos para competição e outro V6 2.5 com dois turbos. Teve uma perua (Legnum), que chegou aqui.
Com frente em estilo tubarão, pode-se considerar a geração mais bonita do Mitsubishi Galant, que aqui foi vendida até 2005, quando saiu de cena. Na nona geração, em 2007, o Lancer assumiu o nome Galant Fortis no Japão e Taiwan.