Com uma força paterna que Jovane Guissone tirou algo a mais que todo atleta tem de ter para conquistar uma medalha. Especialmente se ela for paralímpica. Antes de partir para a disputa dos Jogos de Tóquio, nesta quinta (26), o gaúcho de 38 anos recebeu um pedido difícil de recusar. “Pai, traz uma medalha? Lembra que em Londres tu me prometeu e trouxe?”. Quase 16 horas depois, poucos minutos após sair com a prata da competição, abriu o fardamento de esgrima e mostrou a camisa por baixo com a foto do garoto que estava completando dez anos no mesmo dia posado com as duas irmãs gêmeas Alice e Cecília, de apenas três meses.
Guissone ainda tem um compromisso importantíssimo. Disputa o florete, na mesma categoria B que compete na espada, dos Jogos Paralímpicos. A ideia é levar mais uma medalha ‘para não ter briga em casa’. “Florete é a minha segunda arma, 80% do tempo eu treino espada, mas eu to bem no florete, sou o sétimo no ranking mundial. Vou vir voando. Vamos ver, tudo pode acontecer. Vai que o ouro vem no florete. Aí, o que eu vou explicar para meu treinador”, brinca.