Japoneses prestam homenagens às vítimas da guerra mais catastróficos da história, na terça-feira (9), o dia em que marca os 77 anos do bombardeio atômico da cidade de Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial.
Sobreviventes da bomba e autoridades de 83 países e regiões de todo o mundo, compareceram na cerimônia realizada no Parque da Paz de Nagasaki para orar por um mundo sem guerras e armas nucleares.
A cerimônia contou com cerca de 1.600 pessoas. Isso representa o triplo do ano passado, quando o evento foi realizado em escala reduzida devido à pandemia de Covid-19. Os participantes observaram os nomes das vítimas sendo simbolicamente depositados em um memorial. O registro, agora, chega a 192.310. Incluem-se aí os nomes de 3.160 pessoas que foram acrescentados nos últimos 12 meses.
Nagasaki ficou em silêncio às 11h02 – a mesma hora em que a bomba explodiu no dia 9 de agosto de 1945. Os raios de calor, a radiação e a onda de choque destruíram a cidade, matando mais de 70.000 pessoas até o final daquele ano. Muitos dos sobreviventes sofrem de câncer e de outras doenças relacionadas à exposição à radiação.
Em sua declaração de paz, o prefeito de Nagasaki, Taue Tomihisa, clamou por um mundo sem armas nucleares, em meio a crescentes temores de ameaças nucleares da Rússia devido à invasão da Ucrânia. Taue aconselhou o governo do Japão a aderir ao tratado das Nações Unidas que proíbe armas nucleares. O acordo passou a vigorar no ano passado. No entanto, potências nucleares, incluindo os Estados Unidos e a Rússia, não o apoiam. O Japão e outros países que dependem do guarda-chuva nuclear para a dissuasão tampouco assinaram o tratado.
O premiê Kishida, por sua vez, ressaltou que seu país está comprometido em concretizar um mundo sem armas nucleares. Ele disse que, a humanidade deve dar continuidade à tendência de não usar armas nucleares, e fazer com que Nagasaki continue sendo o último lugar a ter sofrido um bombardeio atômico.
Atualmente, a média de idade dos sobreviventes das bombas atômicas é superior a 84 anos. À medida que eles envelhecem ainda mais, torna-se um desafio transmitir suas experiências para gerações futuras e para o mundo.
Fonte: NHK World-Japan