Pesquisadores da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio tornou-se a primeira no mundo a criar placentas humanas miniaturizadas, que replicam de perto a estrutura e as funções da placenta humana. Este avanço promete revolucionar as pesquisas em virologia e o desenvolvimento de medicamentos.
Publicado na revista *Nature Communications*, o estudo destaca como esses organóides placentários podem ser utilizados para investigar os mecanismos de infecção viral na placenta e auxiliar no desenvolvimento de tratamentos seguros para o feto. A placenta, essencial na gestação, atua como uma barreira protetora, filtrando substâncias estranhas e possíveis ameaças ao desenvolvimento fetal.
O processo de criação desses miniórgãos envolveu o cultivo de células-tronco placentárias, um método já estabelecido, mas inovadoramente aplicado pela equipe japonesa. Ao fornecer a proteína necessária para o crescimento placentário e cultivar as células por cerca de oito dias, os pesquisadores conseguiram produzir organóides esféricos de aproximadamente 0,45 milímetros.
Uma análise detalhada revelou que a estrutura das vilosidades dos organóides, pequenas projeções semelhantes a fios na superfície, é idêntica à das vilosidades encontradas na placenta humana real. Essas vilosidades são cobertas por células que impedem a passagem de substâncias nocivas, replicando a função de barreira da placenta.
Os resultados indicam que o desempenho desses organóides em bloquear substâncias prejudiciais é comparável ao da placenta humana, um avanço significativo para a ciência médica. Os pesquisadores expressam otimismo sobre o potencial de uso desses organóides no desenvolvimento de medicamentos que minimizem os efeitos colaterais em fetos, abrindo novas possibilidades para tratamentos pré-natais seguros e eficazes.
Fonte: Japan Times