Você recebe uma mensagem por WhatsApp e pensa: isso não pode ser verdade. Ao correr atrás de informações de fontes confiáveis, você percebe que a informação era uma mentira — ou, como ela vem sendo chamada em tempos de internet e novas mídias, fake news.
O problema é que, até chegar a você, essa mesma mentira passou por tantas pessoas que, na mente de muita gente, ela é considerada uma verdade. Como desfazer os efeitos dessa mentira ou, ao menos, preparar as pessoas para desconfiarem dela?
O primeiro passo para isso é aprender a diferença entre um fato e um factoide. E tudo começa na raiz da própria palavra: fato vem do latim factum, que significa algo que foi feito, que aconteceu de verdade. Em outras palavras, não é por que chegou via WhatsApp ou qualquer outro meio até você que uma informação é um fato ou aconteceu de verdade.
Por outro lado, um factoide é um pedaço de informação que até pode ter bases reais, mas foi distorcida, alterada ou retirada de seu contexto original. Ela pode parecer verdade, porém não necessariamente é averiguável. Se você não pode ter certeza, o melhor é não acreditar nem colocar sua mão no fogo por aquilo.
Como diferenciar um fato de um factoide?
Antes de tudo, é preciso duvidar. Não aceitar tudo como verdade e desconfiar das informações que chegam até você sem uma fonte confiável. Mas, afinal de contas, o que é uma fonte confiável? Livros, pesquisas científicas, jornais e revistas responsáveis que trazem informações passíveis de checagem costumam ser boas fontes de fatos, e não de factoides.
Outra questão importante é diferenciar opinião de informação. Mesmo sites de jornais e revistas que costumam fazer um trabalho competente de checagem de informações podem propagar fake news. Mas nem sempre elas vão estar nas notícias que foram escritas por um jornalista.
É fundamental, por exemplo, saber diferenciar reportagens e matérias de cunho noticioso dos artigos de opinião, que podem se tornar grandes propagadores de factoides se o público não souber identificar que uma coluna pode ser uma crônica — que não necessariamente traz informações, mas sim especulações.
Além disso, informação verdadeira demanda leitura e atenção e, muitas vezes, uma imagem ou uma montagem criada unicamente para propagar um texto falso pode ser danosa. Entender um fato pode demandar uma longa busca por informações, para que o leitor compreenda o contexto dos fatos e sua veracidade. Então, se é muito fácil ou muito impactante, mas parece mal explicado, desconfie e, acima de tudo, não propague!
Por isso, ir além das manchetes de uma notícia é essencial. Em tempos de click bait, muitos sites buscam chamar a atenção do maior número possível de pessoas por meio de um título atrativo — que, no entanto, nem sempre é verdadeiro!
Muitas vezes, ele aumenta ou maximiza uma questão, coloca em evidência aspectos que não necessariamente são verdadeiros e distorce os fatos para gerar o maior número de cliques possíveis. Com isso, diversas vezes um fato que é real e verificado pode ser tão distorcido ou retirado de contexto que se converte em um factoide!