As coisas estão melhorando para as mães na força de trabalho no Japão, segundo um levantamento divulgado pelo governo japonês, cujos dados revelam que quase 71% das mulheres com filhos estavam trabalhando em julho no país asiático, de acordo com recente matéria do jornal norte-americano ‘The New York Times’.
Trata-se da proporção mais alta já registrada no mercado de trabalho japonês. Os números, no entanto, ocultam problemas importantes.
Pressionadas para observar suas responsabilidades com os filhos, muitas mães optam por empregos no Japão de meio período. Isso significa aceitar benefícios insuficientes, pouca estabilidade no emprego, menos oportunidades de aumento e salários baixos.
No ano fiscal mais recente, apenas uma em cada quatro mães tinha emprego em período integral no Japão.
“Todas as empresas acreditam que abrir suas portas para a contratação de mulheres é o objetivo final”, disse Kaori Sasaki, diretora da Comissão da Conferência Internacional das Mulheres nos Negócios. “Mas, na verdade, esse é o ponto de partida”.
Para muitas mães, o difícil equilíbrio entre as responsabilidades com o lar e o trabalho dificulta a permanência no emprego. Desafios desse tipo costumam prejudicar a carreira das mulheres e contribuem para uma diferença salarial entre gêneros que é a terceira maior entre os países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), perdendo apenas para a Coreia do Sul e a Estônia.
Fortes pressões econômicas estão produzindo algumas mudanças. Os gestores estão enfrentando a escassez de mão de obra em meio a um baixo desemprego e uma força de trabalho cada vez mais velha.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, fez da inclusão das mulheres no espaço de trabalho parte de sua campanha para injetar mais vida na economia do Japão. Prometeu mais acesso a creches melhores, e o parlamento apresentou leis exigindo que as grandes empresas afirmassem seu compromisso de contratar mulheres.
Além isso, Abe exige que empresas promovam mulheres em cargos de chefia, uma iniciativa que faz parte de sua política denominada empoderamento feminino.
As defensoras dos direitos das mulheres dizem que é necessário fazer mais. Elas defendem leis mais duras para a promoção da igualdade de gêneros e o treinamento para abrir os olhos dos executivos homens para as necessidades de suas colegas. No momento, os avanços são observados numa escala menor.