Depois de passar cerca de cinco meses no mar, os barcos baleeiros japoneses voltam ao seu arquipélago. Os cinco navios trazem uma carga chocante: 333 baleias Minke.
Por cinco meses, eles cruzaram as águas do Atlântico. Cinco meses durante os quais os cinco baleeiros japoneses caçaram, sem descanso, as baleias Minke, popularmente conhecidas como baleias-anãs. No último 31 de março, as embarcações retornaram ao Japão com 333 cetáceos da espécie.
Caça dita “científica”
A frota começou a sua saga no início do mês de novembro de 2017. Eles justificaram a caçada como uma fonte de informação científica. Durante o século XX, o Japão esteve intensamente envolvido na pesca comercial da baleia. Isto continuou até que a moratória da Comissão Internacional da Pesca da Baleia (IWC, sigla em inglês que significa International Whaling Commission) entrasse em efeito em 1986.
O Japão continuou a caçar baleias usando a previsão de pesquisa científica no acordo, sendo que a caça à baleia atualmente é conduzida pelo Instituto de Pesquisa Cetácea. A caça científica é permitida sob as regras da IWC, embora a maioria dos membros da organização se oponham a isto já que a carne dessas baleias caçadas com propósitos científicos é vendida em lojas e restaurantes locais.
Os baleeiros seguem enfrentando críticas de associações como Sea Shepherd, que buscam navios que atacam cetáceos em todos os oceanos do mundo. Infelizmente, na campanha 2017-2018, a ONG fundada e dirigida pelo carismático Paul Watson desistiu de abordar os navios japoneses.
Barcos super equipados
A razão da recuada? Um novo equipamento contra o qual os barcos da Sea Shepherd não podem lutar. “Nós descobrimos recentemente que o Japão recorreu a uma vigilância militar para seguir em tempo real por satélite os barcos da Sea Shepherd. Se eles sabem onde estão nossos navios, eles podem nos evitar”, explicou Paul Watson. ” Nós não temos como lutar contra tecnologias militares.”Com isso, a associação preferiu ficar no porto desta vez, a fim de refletir sobre uma nova estratégia de luta, mais eficaz.
Objetivos maiores
No fim do mês de janeiro deste ano, o primeiro ministro japonês Shinzo Abe divulgou intenções de seguir uma caça às baleias dita “científica”, como uma forma de preparar o terreno para a retomada de uma caçada com objetivos comerciais envolvendo as baleias. “Nós vamos aproveitar todas as oportunidades de retomada da caça comercial às baleias incluindo aquelas que poderão surgir após a reunião de setembro da IWC”, explicou o político.