Há 28 anos que o cargo de imperador do Japão não impede que Akihito continue pesquisando e publicando artigos sobre gobis, um peixe típico das águas salobras daquela região do pacífico. Aos 84 anos e em vias de se aposentar, em abril de 2019, o imperador japonês segue investindo em sua carreira científica, como membro da Sociedade Japonesa de Ictiologia, ramo da zoologia dedicada ao estudo dos peixes.
Mesmo antes de se tornar imperador, Akihito já vinha, desde 1963, pesquisando e publicando em periódicos científicos, em especial na revista da Sociedade da qual faz parte.
Em 2016, tornou-se o primeiro autor de um estudo sobre os peixes gobi publicado na revista Gene, e suas contribuições lhe trouxeram os títulos de membro honorário da Linnean Society of London, Sociedade de Zoologia de Londres, pesquisador associado do Museu Australiano e do Instituto de Pesquisa de Ciências Naturais da Argentina.
Naturalmente que o fato do cargo de imperador do Japão ser somente simbólico e cerimonial, sem efetivo poder político, permitiu que Akihito tivesse tempo para se dedicar à sua paixão pela pesquisa e pelos peixes gobi. Mas o imperador se valeu da visibilidade do título ao longo dos anos para apontar a importância das pesquisas científicas e do conhecimento no desenvolvimento de um país – trazendo, assim, um sentido mais efetivo e importante a um cargo ilustrativo.