A partir de 2020, japoneses poderão ter à sua disposição conexões de internet sem fio a velocidades realmente incríveis — ao menos é o que esperam a empresa Fujitsu e o Instituto de Tecnologia de Tóquio. Uma parceria entre as duas organizações resultou na criação de uma tecnologia capaz de oferecer internet wireless de 56 Gbps. O objetivo principal é empregar a nova tecnologia para ampliar a capacidade das redes de telefonia móvel do país, especialmente em áreas que sofrem com a baixa qualidade do serviço prestado devido a uma alta demanda concentrada.
Para alcançar esta velocidade, foram empregadas frequências de ondas milimétricas (mmWave) que variavam entre 30 e 300 GHz, capaz de transportar uma grande quantidade de dados. De acordo com as duas empresas, esse tipo de tecnologia é visto como de difícil exploração devido à necessidade de desenvolvimento de semicondutores complementares de metal-óxido (CMOS) capazes de modular e demodular os sinais de banda larga sem perda de dados.
Assim, a criação de circuitos de CMOS permite que o sinal seja dividido em dois, com tudo transmitido por diferentes alcances de frequência e novamente reunido lá na frente. Como o sinal é transmitido por uma placa de circuito desenvolvida para funcionar como uma interface para a antena, é possível realizar estas transmissões garantindo a qualidade do sinal, ou seja, sem perda de dados.
O desafio do mundo real
Os testes foram realizados em ambiente fechado e a uma distância de apenas 10 centímetros, o que poderia colocar em xeque a eficácia do método. Contudo, as duas organizações envolvidas no desenvolvimento desta nova tecnologia garantem que bastaria um amplificador de sinal trabalhando junto com a tecnologia recém-desenvolvida para que a funcionalidade fosse efetiva em ambientes externos.
Além disso, o uso de estações de transmissão menores espalhadas por vários pontos e conectadas por cabos de fibra óptica poderia incrementar este novo recurso. A Fujitsu alerta, porém, que em áreas urbanas ou cercadas por rios e montanhas talvez não seja possível adicionar novas redes de cabos, reduzindo assim a capacidade da conexão. De qualquer maneira, ao Instituto de Tecnologia de Tóquio e a Fujitsu esperam colocar sua novidade no mercado dentro de quatro anos.