Grande parte da população mundial sofre de insônia: estima-se que, atualmente, 770 milhões de pessoas no Planeta precisem lidar com esse problema. A ciência já descobriu que a genética tem grande influência quando se trata do assunto, mas os diversos tipos de genes e células que atuam nos bastidores eram um grande mistério — até mais um estudo ser realizado.
Um grupo composto por especialistas do mundo todo conduziu pesquisas sobre as raízes genéticas da insônia e revelou um mosaico complexo de genes relacionados à condição. Por meio de uma análise mais profunda, foi possível identificar como os genes são capazes de condicionar a atuação de diversas células cerebrais.
Os pesquisadores descobriram que alguns desses genes desempenham um papel importante na funcionalidade dos axônios, partes do neurônio responsáveis por conduzir impulsos elétricos até outros neurônios ou demais tecidos, como os músculos. Outros genes estão associados a atividades cerebrais localizadas no córtex frontal e núcleos subcorticais, locais ligados à falta de sono crônica.
“Esses genes por si só não são tão interessantes”, declarou a professora de genética estatística, Danielle Posthuma: “O que conta é o seu efeito combinado ao risco de insônia. Nós utilizamos um novo método em nossa investigação, o que nos permitiu identificar tipos específicos de células cerebrais”. Bancos de dados genéticos foram essenciais para a pesquisa, sobretudo UK Biobank e 23andMe, uma empresa privada de genômica pessoal e biotecnologia; esses mecanismos norteiam diversos estudos, uma vez que possuem uma quantidade sem precedentes de informações.
No total, mais de 1,3 milhão de pessoas tiveram seus dados examinados, com os quais o grupo de especialistas mapeou 956 variantes genéticas associadas ao aumento do risco dessa doença, conforme publicado na revista científica Nature Genetics. Ademais, vale dizer que os pesquisadores também relataram a existência de uma forte semelhança genética entre a depressão e a ansiedade.
Espera-se que os resultados encontrados auxiliem tratamentos no futuro, mas, até que isso aconteça, muitas análises ainda devem ser realizadas.