O governo do Japão planeja proibir o castigo físico contra crianças depois de registrar uma série de casos de maus-tratos infantis perpetrados em nome da disciplina. As informações foram publicadas neste domingo (4) na página do jornal Japan Times.
A revisão de leis já existentes visando o bem-estar ainda deve reforçar a autoridade de orfanatos e abrigos para que as crianças possam ser separadas de pais abusivos com maior prontidão. Pais adotivos e assistentes sociais também serão proibidos de punir meninos e meninas fisicamente como forma de discipliná-los.
O gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe deve aprovar o pacote de mudanças até o meio do mês de março, segundo o periódico.
Em março do ano passado, a menina Yua Funato, de 5 anos, morreu após ser supostamente agredida pelo pai na casa da família em Tóquio. A garota havia feito apelos desesperados para que seus pais a “perdoassem” e parassem de maltratá-la. O homem foi preso.
Já em janeiro de 2019, o caso de Mia Kurihara — menina de 10 anos que vivia na região de Noda — também se tornou manchete quando a garota morreu depois que seu pai a teria obrigado a ficar de pé por longos períodos de tempo em nome da “disciplina”. O episódio chamou atenção pela falta de comunicação entre a escola onde Mia estudava e o centro de assistência social da região, que demoraram para responder os repetidos pedidos de socorro da garota.
De acordo com o Japan Times, as leis atuais de bem-estar infantil dizem que agredir as crianças constitui abuso, mas não estipula claramente quais tipos de agressão são consideradas punições físicas. O texto aponta apenas que aqueles que exercem a autoridade parental “devem dar a devida consideração ao exercício apropriado da disciplina”.