Um dos países mais fechados do mundo em relação a imigrantes, o Japão está revendo sua posição a esse respeito. No início de novembro, o governo local remeteu ao Legislativo um projeto de lei que flexibiliza as regras no setor. Ele cria duas novas categorias de vistos para autorizar a atuação de estrangeiros em setores com escassez de mão de obra, como construção, agricultura e saúde.
Na primeira, os candidatos teriam permissão para trabalhar no país durante cinco anos e levar suas famílias, caso tenham determinado nível de qualificação e alguma proficiência em japonês. A segunda categoria é destinada aos trabalhadores mais qualificados, que poderiam se candidatar à residência. A mudança está ligada à severa queda de natalidade enfrentada pelo Japão.
Em janeiro de 2019, o Congresso japonês deu mais um largo passo nesse sentido: aprovou a entrada de mais de 300 mil trabalhadores no país a partir deste mês de abril, até 2025, para suprir as áreas de construção civil, naval e agricultura. Quase 30% dos trabalhadores estrangeiros do Japão são provenientes da China, atualmente. Dos outros 70%, grande parte é do Vietnã, das Filipinas e do Brasil, que tem hoje cerca de 180 mil imigrantes instalados.
O Japão é o país que envelhece mais rapidamente no mundo e a população está diminuindo, a ponto de entre 2010 e 2015, cair em quase um milhão de habitantes, no ano passado caiu mais 227 mil e em 2050, 40% da população do Japão será formada por idosos. Muito embora o envelhecimento da população fosse uma questão já conhecida pelos governos anteriores, a demora em se tomar uma decisão, só fez agravar a situação, chegando a medidas mais extremas como essas.