Segundo o Global Gender Gap Report 2016, um relatório anual elaborado pela World Economic Forum (WEF), o Japão ocupa a 111° posição (dentre 144 países) no ranking relacionado a igualdade de gênero. Isso é uma grande distância em relação às sociedades de maior igualdade de gênero como Islândia, Finlândia e Noruega, que ocupam as primeiras posições.
A discrepância ainda parece maior quando notamos que as Filipinas ocupa o 7° lugar no ranking, sendo o mais alto entre as nações asiáticas. Apesar da campanha “womenomics” iniciada pelo primeiro-ministro Shinzo Abe para que as mulheres comecem a ter uma maior participação na sociedade, o cenário pouco tem mudado nos últimos tempos.
A grata surpresa de 2016 foi Koike Yuriko, ex-ministra da Defesa, que tornou-se a primeira governadora da capital japonesa, sendo a sétima a governar uma província. Em seu discurso, ela promete uma Tóquio onde homens e mulheres podem brilhar e mostrou que mulheres podem sim ocupar altos cargos na política, antes ocupados somente por homens.
Apesar das inúmeras dificuldades que as mulheres encontram no seu dia a dia, seja no trabalho, na economia e na política, há quem diga que as japonesas tem algumas boas vantagens na Terra do Sol Nascente. Que tal conhecer algumas delas?
1. As mulheres desfrutam de altos padrões globais de educação
Enquanto muitas mulheres no mundo ocidental frequentam universidades por quatro anos afim de obter um diploma, no Japão é comum as mulheres optarem por universidades juniores que tem duração de dois anos. Alguns dos cursos contemplados nessas universidades são contabilidade, nutrição, educação infantil, enfermagem, música e literatura.
2. Elas podem usar coisas fofas, e não são julgadas por isso.
No Japão existe a cultura do kawaii. É comum ver mulheres de todas as idades usarem acessórios fofos, beirando o infantil, e não são julgadas por isso. Se você é dessas que adora coisas fofas, incluindo, roupas, artigos de papelaria e penduricalhos de personagens como Rilakkuma e Hello Kitty, pode ter certeza que o Japão vai ser o seu lugar.
Outra coisa muito boa no Japão é a liberdade que as mulheres (e homens também) tem de se vestirem como quiserem, seja de salto ou de pijama, de maquiagem extravagante ou de pele limpa, não interessa. Ninguém vai ficar apontando ou achando engraçado. É muito legal ter essa liberdade de usar o que gosta sem ter a sensação de ser o centro das atenções.
3. No Japão, a maternidade é uma carreira altamente respeitada
No Japão é comum ver mulheres abdicando da sua vida profissional em prol da criação dos filhos. Boa parte delas se entrega de corpo e alma a carreira da maternidade, cuidando de perto de sua educação e ao preparo de refeições nutritivas com aparência kawaii para os seus rebentos. Quem nunca se surpreendeu com os kyaraben bentôs criados pelas mães japonesas?
Enquanto que a figura paterna é muitas vezes ausente na maioria das famílias em razão da extensa carga horária de trabalho, são as mulheres que ficam com a responsabilidade de cuidar do lar e das crianças. E muitas delas não entendem por que o fato de ser dona de casa e rainha do lar é considerado algo tão abominado no mundo ocidental e vice versa.
4. As mulheres recebem vários benefícios em relação à maternidade
As mulheres que vão ter filhos no Japão recebem muitos benefícios interessantes a começar pelo pré natal e o parto. Durante a gestação, elas recebem aulas de como cuidar do bebê, dar banho, etc, o que é muito bom para as mães de primeira viagem. Em relação ao parto, as mulheres costumam ficar cerca de uma semana na maternidade em caso de parto normal.
Já em casos de parto cesariana, a média de internação é de 14 dias. Isso é muito bom, pois assim a recém mamãe tem tempo de descansar e se recuperar do parto, além de poder contar contar com a ajuda das enfermeiras para qualquer coia que precisar. Além disso, as mães que pagam Seguro Nacional de Saúde recebem um montante equivalente a 420.000 ienes.
Esse subsídio surgiu como forma de aumentar a taxa de natalidade no país, que como sabemos tem sido um grave problema social no país. Além disso, todas as mães no Japão com filhos de 0 a 15 anos, recebem um subsídio do governo chamado Kodomo Teate para cada filho, no valor de 30 a 45 mil ienes que é depositado em sua conta bancária trimestralmente.
Há outras situações em que as mulheres podem requerer subsídios, como o Jido Fuyou Teate, um auxílio financeiro para mães solteiras ou viúvas e o Shogaiji Fukushi Teate, um auxílio financeiro para mães com filhos portadores de necessidades especiais.
5. No Japão, é comum as mulheres darem mesadas aos maridos
No Japão, é comum os maridos entregarem todo o salário para suas esposas deixando ao encargo delas a responsabilidade de gerenciar o dinheiro e cuidar das finanças da família. Desta forma, são elas que costumam dar mesada aos maridos, chamado de Okuzokai. Elas também tem o costume de fazer poupança para situações de emergência.
6. Os filhos geralmente ficam com as mães após o divórcio
De acordo com o Código Civil no Japão sobre o divórcio, os direitos dos pais são dadas à mãe ou ao pai, mas não a ambos. A custódia conjunta é ilegal e os tribunais japoneses costumam favorecer a mãe, exceto se esta não estiver apta na criação dos filhos.
Apesar da inibição em relação à guarda compartilhada, a lei não impede que os pais façam um acordo e estipulem dia e horário de visitação por exemplo. Em alguns casos, o juiz pode até intermediar essa questão, mas na maioria dos casos não é possível fazer nada perante o descumprimento do trato, que ocorre especialmente por parte das ex-mulheres.
Esse fato infelizmente, acaba acarretando no afastamento permanente entre pais e filhos. Segundo o advogado Hajime Tanoue, antes da Segunda Guerra Mundial era comum a custódia dos filhos ser concedida aos pais, mas como consequência do pós guerra, a lei foi revertida pelo general Douglas MacArthur, dando os direitos às mães em casos de divórcio.
Fonte: Japão em Foco