Em alguns milhares de anos — o que em termos evolutivos não é lá muito tempo — os humanos desenvolveram diversas características que permitiram que a nossa espécie se tornasse a dominante sobre todas as demais que habitam o planeta. Um desses traços, sem dúvida, foi o desenvolvimento de cérebros maiores, que nos proporcionam uma enorme vantagem sobre os outros seres vivos.
Então, agora pense nesta situação: como os humanos continuam evoluindo — e isso é fato —, imagine o que aconteceria se um dia nos tornarmos duas vezes mais inteligentes do que somos hoje. Você acredita que um mundo povoado por seres bem mais inteligentes seria um lugar muito melhor ou você é partidário da ideia de que “a ignorância é uma bênção”?
O pessoal do site Life’s Little Mysteries decidiu conversar com especialistas de diversas áreas para traçar um panorama de como seria a Terra com uma população de gênios. Lembrando que a escala de cálculo para determinar o QI não começa do zero nem foi desenvolvida para chegar a 200 pontos; para simplificar, imagine que, em vez de um QI médio de 100, todos tivéssemos um QI médio de 200 pontos.
Bando de autodidatas
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Pessoas mais inteligentes provavelmente teriam maior habilidade para aprender mais, mais depressa e lembrar mais também, o que seria uma grande vantagem em nível individual. Assim, é possível que os indivíduos passassem a gostar mais de ler, além de compreender diversos temas com maior profundidade e apreciação.
Um QI mais alto provavelmente nos levaria a buscar carreiras mais voltadas para os nossos interesses pessoais, em vez de focadas apenas em nossas habilidades mentais. Além disso, ao sermos tão “espertos”, precisaríamos de poucas semanas para aprender novos idiomas ou até para nos tornarmos cirurgiões. E o mais importante: ao sermos mais inteligentes, seríamos capazes de adotar estilos de vida e comportamentos mais saudáveis e viveríamos mais.
Bem X mal
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Os benefícios em nível individual seriam óbvios, mas é possível que a sociedade como um todo não fosse tão beneficiada assim. Isso porque, apesar de sermos mais inteligentes, continuaríamos convivendo com todo tipo de indivíduos e personalidades. Assim, embora o número de crimes insignificantes provavelmente diminuísse, teríamos mentes perversas supergeniais no lado negro da força, maquinando golpes e delitos mirabolantes.
Por outro lado, a “Liga da Justiça” também estaria mais preparada para lutar contra o crime, portanto presenciaríamos uma interessante batalha entre o bem e o mal. No entanto, apesar desses contratempos, provavelmente estaríamos mais bem preparados para solucionar problemas mais importantes, como inventar uma nova alternativa para a produção ilimitada de energia ou técnicas mais eficientes de dessalinização da água, por exemplo.
Gênios de pouca fé
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É muito provável que a humanidade, ao se tornar mais inteligente, também perca sua fé em Deus. Essa conclusão está baseada no fato de que indivíduos com QIs mais altos costumam ser mais liberais com relação às suas atitudes sociais e menos propensos a seguir crenças religiosas rigorosas. Sem dúvida, alguns indivíduos continuariam fiéis a suas religiões, mas, provavelmente, a maioria daria mais valor a explicações baseadas na razão, e não na fé.
Inteligentes e belos
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Quando você imagina um gênio, certamente pensa em alguém de óculos pesados e não muito preocupado com a própria aparência, não é mesmo? Pois, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Harvard, existe uma forte correlação entre a atração física e os altos resultados nos testes de QI. Além disso, é possível que a humanidade passe a cuidar mais da própria saúde, dando mais importância a aspectos como exercícios físicos e cuidados pessoais.
Afinal, os gênios entenderiam que a aparência — embora não gostemos muito de admitir — joga um importante papel com relação à aceitação e interação social. Isso significa que, além de a nossa atração ser maior por pessoas inteligentes, os novos hábitos resultariam em indivíduos menos relaxados e mais apresentáveis.
E você, leitor, como acha que seria a vida em sociedade se fôssemos duas vezes mais inteligentes? Ou melhor, imagine um segundo panorama: e se, por acaso, apenas uma parcela — digamos 10% da população mundial — fosse formada por supergênios, o que você acha que poderia acontecer com os demais?