A cultura japonesa evoluiu com o tempo, desde sua cultura original, vinda do período Jomon, até sua cultura atual, que combina influências de várias nações, principalmente a chinesa. Apesar dessas influências, o Japão gerou um estilo único de artes (ikebana, origami, ukiyo-e), técnicas artesanais (bonecas, objetos lacados, cerâmica), teatro (No, Kyogen, Kabuki e Bunraku) e dança (Raku-go e Yosakoi), música (Sankyoku, Joruri e Taiko) e tradições (festivais e templos milenares, onsen, cerimônia do chá), além de uma culinária única.
Com isso, o Japão atual tornou-se um dos maiores exportadores de cultura em todo o mundo. Um grande exemplo disso são os desenhos animados (animes), as histórias em quadrinhos (mangá), os filmes de animações e seriados, a cultura pop japonesa, que inclui cantores e grupos dos chamados J-pop, e a literatura, que conquistaram popularidade em todo o planeta.
Mediante isso, a arte japonesa destaca-se por sua riqueza e simplicidade. Existem nove princípios básicos que fundamentam a arte na cultura japonesa. Tais princípios envolvem os conceitos da estética japonesa na arte em relação a moda, música, cinema, cultura popular e tradicional do Japão.
Confira abaixo os nove princípios da arte na cultura japonesa:
1 Wabi-sabi (imperfeito)
Já imaginou se todos os personagens dos filmes fossem perfeitos? Entretanto, dizem que é a imperfeição que torna a vida interessante. O conceito de wabi-sabi é muitas vezes estendido para incluir a impermanência. Um grande exemplo disso é a sakura (flor de cerejeira). Dizem que elas são mais bonitas porque não duram muito, no máximo uma semana após florescerem – o perfeito imperfeito.
2 Miyabi (elegância)
Miyabi é muitas vezes traduzido como “destruidor de corações”. Trata-se da eliminação de qualquer coisa que seja vulgar.
3 Shibui (sutil)
Shibui significa simples, sutil ou discreto. O entendimento é que as coisas são mais belas quando elas falam por si só, sem muito adornos ou extravagância – quando não agridem a visão.
4 Iki (originalidade)
Iki quer dizer singularidade. Em muitos aspectos, a cultura japonesa não celebra exclusividade. Como diz um provérbio japonês: “o prego que fura é martelado para baixo” ou “o prego que fura abaixo é martelado de cima”. Portanto, a melhor tradução para Iki é “singularidade refinada”.
5 Jo-ha-kyu (lento, acelerar, final)
Jo-ha-kyu é um ritmo que pode ser traduzido como começar devagar, acelerar e acabar de repente. Essa estética é utilizada por artes tradicionais japonesas, como a cerimônia do chá. Também é usado amplamente por artes marciais japonesas.
Usos modernos incluem filmes, música e publicidade.
6. Yugen (misterioso)
Yugen afirma que a vida é chata quando todos os fatos são conhecidos. Algo deve ser retido, ou seja, o mistério. Um filme que não explica tudo detalhadamente ou tem um final dúbio, por exemplo. Isso pode ser considerado yugen.
7. Geido (disciplina e ética)
Você já notou que as artes marciais e esportes tradicionais do Japão, além da arte tradicional japonesa, são baseados na disciplina? Ética e disciplina tornam as coisas mais atraentes. A disciplina é um dos principais códigos que regulamentam a vida dos samurais.
8. Ensou (vazio)
Ensou é basicamente um conceito zen. Muitas vezes é representado por um círculo. Pode significar o infinito ou nada. É um pouco difícil de explicar com palavras. É preciso gastar muito tempo meditando para realmente conseguir atingir sua total compreensão.
Um grande exemplo de ensou pode ser visto nos famosos jardins conceito zen (Jardim Zem). Nesses jardins, comumente são feitos minuciosos círculos na areia, representando a água, sua fluidez, seu movimento ou simplesmente o infinito.
9. Kawaii (bonito)
Kawaii quer dizer bonitinho ou fofo. Alguns argumentam que é uma nova estética japonesa, enquanto outros afirmam que kawaii sempre fez parte da cultura japonesa. De qualquer maneira, tornou-se, com certeza, o conceito mais popular da estética japonesa nos últimos anos.