O sol não libera somente o calor necessário à vida, como também produz a maior parte do oxigênio existente no universo juntamente com as estrelas. Ao fim dessa frase, parece que o mistério já está resolvido, mas não engane-se: o buraco é muito mais embaixo. Esse elemento é criado através de uma série de reações termonucleares, pouco compreendidas pela ciência. Portanto, até então, temos o “onde” sem o “como”.
“O trabalho de um físico é entender o mundo e, no momento, não compreendemos exatamente de onde vem o oxigênio do universo e como ele e o carbono são produzidos.”, declarou Richard Milner, professor de física da Universidade de Washington.
Para solucionar o mistério, Milner e sua equipe do Laboratório de Ciência Nuclear do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) vão investigar o que chamam de “taxa de reação nuclear de captura radioativa” de uma estrela. Os cientistas já sabem que quando uma estrela morre lentamente, ela se “contrai”. Com isso, rápidas colisões ocorrem entre os núcleos de carbono-12 e hélio. Nesse processo, os núcleos de carbono ultrapassam os de hélio, irradiando energia em forma de fóton. Além do fóton produzido, ainda restam os chamados núcleos de oxigênio 16. A partir da decomposição deste núcleo, surge o O2 como o conhecemos: presente nos ventos solares e também em 99,76% da atmosfera terrestre.
Para estudar mais a fundo esse fenômeno, o grupo de cientistas deseja utilizar um acelerador de partículas — que já está em construção. A equipe fará o caminho inverso dos pesquisadores que já tentaram estudar o mesmo assunto e falharam. Para tanto, o grupo planeja dividir o núcleo do gás de oxigênio para derivá-lo em um núcleo de hélio (ou partícula alfa) e em um de carbono-12. Por meio dessa estratégia, eles ficarão mais próximos de uma taxa de reação precisa, que pode aprofundar nossa compreensão sobre a morte das estrelas.