O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta quarta-feira (11) importantes modificações em seu gabinete, com a substituição do ministro das Relações Exteriores, Taro Kono, por Toshimitsu Motegi. Kono passará a ocupar o ministério da Defesa.
Shinjiro Koizumi, um político em ascensão de apenas 38 anos e filho do ex-premier japonês Junichiro Koizumi, será o ministro do Meio Ambiente. Ele substitui Yoshiaki Harada no cargo, que na terça-feira (10) afirmou que o país teria que despejar água radioativa da usina de Fukushima no Oceano Pacífico.
Veja quem são os novos ministros:
Shinjiro Koizumi, ministro de Meio Ambiente
Shinjiro Koizumi. — Foto: Issei Kato/Reuters
Koizumi, de 38 anos, filho do carismático ex-primeiro-ministro Junichiro Koizumi, é a terceira pessoa mais jovem a se tornar ministra do gabinete e lidera regularmente as pesquisas como o favorito a suceder Abe, segundo a Reuters.
Como ministro do Meio Ambiente, Koizumi pode estar em um lugar estranho, devido ao compromisso de Abe com a energia nuclear. O pai de Koizumi, agora aposentado do Parlamento, tornou-se um crítico severo da energia atômica após a crise nuclear de Fukushima em 2011.
Normalmente chamado de Shinjiro para distingui-lo de seu pai, Koizumi anunciou no mês passado que se casaria com Christel Takigawa, uma apresentadora de televisão franco-japonesa conhecida como o rosto da oferta bem-sucedida de Tóquio para os Jogos Olímpicos de 2020.
Toshimitsu Motegi, Relações Exteriores
Toshimitsu Motegi é o novo chanceler no Japão — Foto: Brendan Smialowski / AFP Photo
Educado na Universidade de Tóquio e Harvard, Toshimitsu Motegi foi uma peça-chave nas tratativas comerciais com os Estados Unidos e sua chegada à chancelaria japonesa é vista como um reforço em seu papel negociador, no momento em que Tóquio e Washington anunciam sua intenção de concluir em breve um importante acordo.
Membro do Partido Democrata Liberal, Motegi era ministro do Comércio sob Abe quando o premiê voltou ao poder em 2012, iniciando negociações para o pacto de livre comércio da Parceria Transpacífica.
O novo ministro de Relações Exteriores terá que administrar uma deterioração das relações diplomáticas do Japão com vizinhos importantes, como China e Coreia do Sul.
Taro Kono, ministro da Defesa
Taro Kono, ministro da Defesa do Japão. — Foto: Issei Kato/Reuters
Kono, de 56 anos, tem reputação de dissidente, mas seguiu a linha das principais políticas de Abe – incluindo uma postura severa em uma disputa com a Coréia do Sul sobre a história e o comércio de tempos de guerra.
Conhecido em Washington e educado em uma universidade americana, Kono é fluente em inglês. Ele atuou como ministro da reforma administrativa e tornou-se ministro das Relações Exteriores em 2017.
Kono procurou diferenciar suas posições, muitas vezes mais conservadoras, das de seu pai, o ex-Secretário-Chefe de Gabinete Yohei Kono. O pai dele foi o autor de um pedido de desculpas histórico, de 1993, às “mulheres de conforto” – termo usado no Japão em referência a mulheres que foram forçadas a trabalhar em bordéis militares japoneses em tempos de guerra. Muitas delas vinham de países como as Coreia do Sul e a China.
Outros nomes anunciados foram:
- Yasutoshi Nishimura, ministro de Economia;
- Katsunobu Kato, ministro da Saúde, Trabalho e Seguridade Social;
- Seiko Hashimoto, ministra das Olimpíadas;
- Koichi Hagiuda, ministro da Educação.