Em 28 de agosto de 1910 foi assinado o Tratado de Anexação Japão-Coreia, oficialmente decretando a Coreia como colônia japonesa.
O Japão ocupava na prática a península coreana desde 1905, de modo integral. Essa colonização durou até 1945. Nesse período, o Império Japonês explorou violentamente os coreanos, fazendo uso de mão de obra escrava dos homens (como, por exemplo, para obras de extração para a metrópole, e também para abastecer o exército japonês na 1ª e na 2ª Guerra Mundial).
Por sua vez, as mulheres coreanas foram as que mais sofreram: foram prostituídas – eram chamadas de “mulheres de conforto”, para satisfazer de maneira compulsório os desejos sexuais dos soldados japoneses.
Apesar de essa colonização ter industrializado em parte a Coreia (especialmente o Norte), ela foi brutal: milhares de mortos, a língua coreana foi proibida, os cidadãos coreanos foram tratados como cidadãos de segunda categoria em seu próprio país.
Em 1945, o Império Japonês foi derrotado pelos Aliados na 2ª Guerra. Assim como na Europa, a política dos fascistas de expandir o seu império, tentando esmagar a classe operária local e de outros países, levou à reação revolucionária das massas, na Coreia ocorreu o mesmo. Desde a década de 1920 surgiu um movimento nacionalista encabeçado por Kim Il Sung no norte da Coreia. Adotando uma tática semelhante aos maoístas na China, até para facilitar as atividades clandestinas contra a ocupação japonesa, o movimento estabeleceu uma guerrilha nas montanhas e campos da Coreia do Norte.
Finalmente, com a crise do império japonês na iminência da derrota na Guerra Mundial, o movimento revolucionário da Coreia se estendeu por toda a península, onde foram criados comitês populares de trabalhadores, camponeses e estudantes. Esse movimento esteve a ponto de realizar uma revolução na Coreia, mas o imperialismo norte-americano, percebendo essa ameaça, ocupou rapidamente o Sul da Coreia logo após a rendição japonesa.
Assim, com suas tropas, os Estados Unidos conseguiram suprimir os comitês populares no Sul, utilizando-se também de antigos membros do regime de ocupação colonial japonês. No Norte, onde o movimento era mais forte devido à maior presença da classe operária, o imperialismo não conseguiu dominar, também graças ao avanço soviético. Assim, estabeleceu-se uma divisão artificial do país entre norte e sul, na linha do Paralelo 38.
Essa divisão continua até hoje, assim como a presença dos Estados Unidos no Sul. Na verdade, a Coreia do Sul passou de uma colônia japonesa para uma colônia norte-americana, nunca conseguindo verdadeira independência. A Coreia passou de oprimida por um imperialismo, para ser oprimida por outro imperialismo, e é graças à presença do imperialismo norte-americano que o País permanece divido até hoje, sendo um verdadeiro ataque à soberania e à autodeterminação do povo coreano.