Levantamentos apontaram que galáxias distantes, situadas em regiões extremas do cosmos, estão morrendo – sua existência lentamente desaparecendo do Universo, e ninguém sabe dizer o porquê. Mais especificamente, essas estruturas cósmicas se encontram presas no tempo e, pouco a pouco, as estrelas que as compõem estão se apagando ou entrando em colapso através de eventos violentos e explosivos conhecidos como “supernova”, arrastando as galáxias à morte, em vez de gerar a formação de novas estrelas. Poético? Que nada! Os cientistas andam muito intrigados com o que vem acontecendo e um time iniciou uma porção de trabalhos para tentar descobrir o que está por trás desse misterioso fenômeno.
Morte galáctica
De acordo com o que explicaram os cientistas, as galáxias não estão morrendo assim, de uma hora para outra. É a formação de novas estrelas que vem sendo afetada por fatores que os pesquisadores desconhecem ainda. Assim, uma equipe – liderada pelo astrofísico Toby Brown, da Universidade McMaster, de Ontário, no Canadá – começou a investigar uma região conhecida como Aglomerado de Virgem e que serve de lar para mais de 1,3 mil galáxias, e a ideia inicial do grupo é a de investigar se o fenômeno de mortes inexplicáveis também está acontecendo por lá e, se sim, entender o que o está causando.
Para isso, os pesquisadores – que batizaram o projeto de Virgo Environment Traced in Carbon Monoxyde ou VERTICO – empregarão o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), um dos principais radio-observatórios do mundo para ver se encontram alguma pista. E você ficou curioso em saber se já existem teorias para explicar essa matança galáctica? Pois, sim, há um par delas sendo examinadas pelos cientistas.
Os astrofísicos acreditam que as mortes estão relacionadas com a forma como as galáxias interagem com as condições extremas presentes nos aglomerados em que se encontram, especialmente aqueles mais densamente ocupados por essas estruturas. Então, uma possibilidade é que todo o gás cósmico que uma galáxia empregaria para formar novas estrelas esteja sendo sugado pelo plasma intergaláctico circundante, enquanto a outra alternativa seria que o ambiente no aglomerado, ao se tornar quente demais, impeça que o gás se condense para dar origem a novas estrelas – o que significa que, em ambas teorias, seria uma questão de privação dos materiais necessários para que as galáxias continuem vivas.