O início do julgamento do ex-presidente da Renault-Nissan Carlos Ghosn no Japão está previsto para abril de 2020, afirmou neste sábado à AFP uma fonte próxima da investigação, confirmando uma informação da agência de imprensa japonesa Kyodo.
A data ainda não foi estabelecida de forma exata, mas de acordo com Kyodo “o tribunal de Tóquio deseja organizar até três sessões a cada semana a partir de 21 de abril”.
“De fato, é o que aparece no calendário distribuído pelo tribunal”, confirmou à AFP uma fonte próxima à investigação, sem dar mais detalhes.
Além do ex-presidente do grupo automotivo, outros ex-diretores da Nissan também serão julgados, segundo a agência japonesa.
Ghson recebeu quatro acusações na Justiça japonesa. Duas delas, ligadas a retribuições econômicas não declaradas, também envolveriam seu ex-colaborador Greg Kelly e a própria Nissan como pessoa moral.
Ghosn, ex-presidente do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, será julgado por dois casos de “abuso grave de confiança” relacionados à transferência de fundos de intermediários da Nissan à Arábia Saudita e ao Omã – dinheiro que teria sido usado para investimentos pessoais, segundo a Justiça.
Preso em novembro de 2018 e libertado sob fiança meses depois, Ghosn atualmente está em prisão domiciliar em Tóquio, proibido de ver sua mulher e de entrar em contato com ela – uma condição denunciada por seus advogados.
Sua prisão criou tensões no grupo Renault-Nissan, e o sucessor de Ghosn à frente da companha japonesa, Hiroto Saikawa, também teve que deixar o cargo nesta semana, ao ser envolvido em outro caso de retribuições indevidas.