Fazem 24 anos do mais grave atentado no Japão, depois da Segunda Guerra Mundial: O Ataque do Gás Sarin no Metrô de Tóquio, conhecido no Japão como Chikatetsu Sarina Jiken (地下鉄サリン事件), ocorrido no dia 20 de março de 1995.
Este ato de terrorismo orquestrado por membros da seita Aum Shinrikyo, atingiu mais de 6 mil pessoas, deixando 50 pessoas em coma ou em estado muito grave e levando 12 pessoas a óbito. O gás sarin, um gás incolor e letal, foi desenvolvido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas não chegou a ser usado por eles.
O atentado ocorreu às 8 horas, no auge da hora do rush da manhã em Tóquio. A maioria dos sobreviventes se recuperou totalmente, mas muitas vítimas ainda carregam sequelas físicas decorrentes do ataque como danos permanentes nos olhos, pulmões e sistema digestivo, além de traumas psicológicos.
O gás sarin foi levado por cinco homens da seita, que se passaram por passageiros comuns. O ataque foi direcionado especialmente contra trens que passavam por Kasumigaseki e Nagatachō e graças à rápida ação de evacuação e descontaminação, milhares de vidas puderam ser poupadas, apesar de tudo.
A Seita Aum Shinrikyo
Durante os anos 80, Shoko Asahara, líder da seita Aum Shinrikyo que se auto-denominava um monge budista, começou a ganhar muitos seguidores. A maioria eram pessoas fragilizadas pela recessão econômica ou que se sentiam desconfortáveis dentro da sociedade homogênea japonesa.
Em 1989, Aum Shinrikyo foi reconhecida como uma corporação religiosa no Japão, e em 1995, ele chegou à marca de 40 mil seguidores. No início de 1990, Asahara incorporou crenças apocalípticas cristãs em seus ensinamentos budistas e se auto-proclamou como a reencarnação de Jesus Cristo e Buda.
A seita passou a estocar armas e a recrutar jovens cientistas brilhantes para criar um arsenal de armas bioquímicas. Estas armas, segundo Shoko Asahara, levariam a uma terceira guerra mundial e somente os seguidores da Aum Shinrikyo conseguiriam se salvar deste eventual cenário apocalítico.
Os cinco membros da seita foram condenados à morte, além de outros membros envolvidos em vários crimes relacionados à seita. Em setembro de 2006, Shoko Asahara foi condenado à pena de morte e pode vir a ser executado a qualquer momento, já que as datas de execução são mantidas em sigilo no Japão.
Fonte: Japão em Foco