Embora várias companhias estejam criando protótipos de veículos voadores com motores elétricos, os aviões elétricos de grande porte ainda estão longe de se tornar uma realidade na aviação civil. Por outro lado, vários países já estão discutindo uma data limite para proibir a comercialização de automóveis que usam combustíveis convencionais, como gasolina e diesel. A ideia é diminuir ou cessar a emissão de gás carbônico a partir de veículos terrestres.
No entanto, quando o assunto são aeronaves, o emprego de baterias elétricas é um assunto muito mais complicado.
Baterias elétricas podem agregar até 30 vezes mais peso
É muito mais viável criarmos táxis aéreos elétricos, que podem transportar até 4 passageiros em viagens curtas, dentro da mesma cidade, do que aviões que cruzam oceanos com dezenas de pessoas a bordo.
Isso acontece porque o combustível para aviação convencional contém cerca de 30 vezes mais energia por quilograma do que a bateria de íons de lítio mais avançada disponível atualmente.
O maior avião de passageiros do mundo, o Airbus A380, pode transportar 600 passageiros a uma distância máxima de 15 mil quilômetros, em um único voo. Para manter esse mesmo desempenho, substituindo os tanques de combustível por baterias elétricas, essas baterias pesariam 30 vezes mais que o combustível total usado pela aeronave nos dias de hoje. Isso significa que o Airbus nunca sairia do chão.
E ainda temos outro problema, pois o combustível convencional é consumido à medida que o avião se desloca, o que o torna mais leve. Isso não acontece com baterias elétricas.
Novas soluções a caminho
Com a limitação do uso de baterias elétricas, por conta do peso, o jeito é procurar soluções alternativas.
A empresa israelense Eviation criou um protótipo de avião que usa baterias elétricas e conta com um novo conceito de design que melhora a forma como o sistema de propulsão é integrado à estrutura da aeronave. Mesmo assim, o avião, chamado de Alice, só pode transportar nove passageiros, e por mil quilômetros, no máximo. O Alice pode começar a funcionar a partir de 2022.
Há ainda o projeto E-FanX, que está sendo desenvolvido entre as empresas Airbus, Rolls-Royce e Siemens, e que aborda a utilização dos atuais motores turbofan em conjunto com novos sistemas de propulsores elétricos.
O projeto E-Fanx prevê voos com até 100 passageiros sendo introduzidos na década de 2030.
Como, atualmente, a aviação responde por apenas 2 a 3% das emissões globais de CO2, não podemos esperar que esse quadro seja alterado tão cedo.