Depois de percorrer 300 milhões de quilômetros até chegar ao asteroide Ryugu para uma missão exploratória, a sonda espacial japonesa Hayabusa-2 iniciou na última quarta-feira (13) as manobras de regresso à Terra. A previsão é de que, se tudo correr como esperado, o artefato pouse no nosso planeta em algum momento no final do ano que vem – e tomara que tudo dê certo mesmo, pois a pequena nave está trazendo uma “carga” muito especial na bagagem.
Amostra valiosa
Durante a sua missão, a Hayabusa-2 coletou amostras de matéria orgânica e carbono do Ryugu – e é esse valioso material que a sonda japonesa está transportando. Esta, aliás, é a 1ª vez na História que um artefato não tripulado fabricado pela humanidade empreende a façanha de ir até um astro distante para a realização de levantamentos e retornar ao nosso planeta com um “pedacinho” para análise.
Caso você não se recorde, em abril deste ano, a Hayabusa-2 disparou um dispositivo contra o asteroide – para “levantar” poeira da superfície e poder acessar material que não tivesse sido exposto aos rigores do cosmos – e, depois, fez um pouso perfeito na rocha espacial para obter amostras.
O bacana é que os cientistas acreditam que o asteroide se encontra em órbita aqui pelas nossas bandas desde a origem do Sistema Solar, há mais de 4,5 bilhões de anos, então a amostra coletada pode fornecer informações sobre como eram as coisas quando a nossa vizinhança cósmica estava em formação.
Engatando missões
Segundo esperam os cientistas da Agência Espacial Japonesa – JAXA –, o material trazido pela sonda espacial poderá ajudá-los a entender como a matéria orgânica se distribui pelo Sistema Solar, como ela foi parar no asteroide e que tipo de relação ela guarda com a matéria orgânica que existe aqui na Terra. Mas, claro, para que essas análises sejam realizadas, a Hayabusa-2 primeiro precisa retornar em segurança ao nosso planeta.
A boa notícia é que, embora a sonda tenha levado 3,5 anos para percorrer os 300 milhões de quilômetros até o asteroide, a viagem de volta deverá ser bem mais curta, uma vez que a Terra e Ryugu estarão mais próximos por conta de suas órbitas. Ademais, a expectativa é de que, no final do ano que vem, a Hayabusa-2 libere a cápsula contendo as amostras sobre a Austrália e nem chegue a pousar por aqui, mas sim que siga em uma nova missão.