Sabe os barquinhos de papel que você faz para brincar na bacia com água? Ou até mesmo os peixinhos para as pescarias durante as festas juninas?
Esses são alguns dos exemplos de origami. Mas não só esses, existem inúmeros exemplos de objetos que podem ser criados com o papel: há os aviões, os passarinhos, as flores, tantos outras formas para decorar, se divertir e até mesmo dar de presente.
No entanto, por trás da arte, há o significado não somente da dobradura como também das suas formas e a simbologia de suas representações.
Origami: o que é?
Origami é um termo de origem japonesa, cujo significado é dobrar papel.
A técnica, de origem milenar, se distingue das demais artes por não utilizar de recortes com tesoura ou cola. O resultado, ou seja, a forma desejada é alcançada apenas por meio das dobras com vincos bem feitos.
Origem e história
O origami não possui uma data de origem exata, sabe-se apenas que se iniciou no Japão e foi aperfeiçoado e propagada no mundo todo.
Acredita-se que a arte tenha nascido em conjunto com a sua matéria-prima, o papel.
Quanto as datas, os registros iniciais do surgimento do papel são do ano 105 d.C. Depois, monges budistas espalharam o método em demais países asiáticos, depois do século VII. Dentre esses países estava o Japão, no qual a técnica do origami aliada ao desenvolvimento do papel, se desenvolveu.
No século VIII, as artes do origami integraram parte de cerimônias xintoístas, dizendo sobre as divindades adoradas pelos japoneses.
Com o tempo, novas técnicas passaram a ser empregadas. Por exemplo, no kirigami, utilizava-se pequenos pedaços de papel unidos, ao invés de uma única folha. No kirikomiorigami, permitia-se o uso da cola.
Contudo, até o século XIX, as dobraduras eram limitas aos adultos, devido o valor alto dos papéis. Em 1876, o cenário mudou, pois o origami integrou a educação dos japoneses nas escolas.
Ainda nesse século surgiram os formatos famosos, como o do pássaro tsuru (gru-japonês). Vale destacar que as representações mais comuns são as de animais.
Na década de 1980, nasce uma nova técnica, a do origami arquitetônico. Nele, são desenvolvidas dobraduras com três dimensões, propiciando uma riqueza de detalhes, além de ser um aliado dos arquitetos nas produções de maquetes.
No Brasil, eles foram inseridos pelos imigrantes japoneses e na Argentina pelos espanhóis.
Significados
Os origamistas, nomenclatura que designa aqueles que fazem os origamis, creem que o ato de dobrar o papel significa a transformação da vida. Isso porque, para eles, os papéis já foram uma semente que germinou, cresceu e tornou-se uma árvore.
Ademais, sua prática era frequente nas cerimônias religiosas, assumindo um significado conforme cada ocasião. Inclusive, nos casamentos, a garrafa de saquê (vinho de arroz) é ornamentada com um casal de borboletas feita de origami – ocho e mecho.
Outra figura bastante popular, noshi, era inserido em envelopes e em presentes de grande valor.
Acredita-se que os origamis cerimoniais foram criados no Período Muromachi (1336 a 1573), mas só no Período Edo (1603 a 1867) é que ficaram populares.
Diante disso, duas obras do período discorreram de como elaborar os origamis:
- Hidem Sembazuru Orikata (1797), de Akisato Rito
- Kayaragusa (1845), de Adachi Kazuyuki