A água contaminada da usina nuclear de Fukushima Daiichi terá que ser evaporada ou diluída no mar, disseram à AFP autoridades japonesas depois que um grupo de especialistas descartou a possibilidade de armazenamento a longo prazo em um local especial.
“A opção de armazenamento a longo prazo não é mais considerada”, disse uma autoridade japonesa, que pediu para permanecer anônima.
A ambição do governo é desmantelar completamente Fukushima Daiichi e deixar a área limpa, sem tanques e sem lixo nuclear, nem mesmo trítio, o mais inofensivo, segundo o funcionário.
Atualmente, uma grande quantidade de água contaminada da chuva, dos lençóis freáticos ou água usada para resfriar os reatores nucleares que entraram em fusão é armazenada no complexo de Fukushima Daiichi, local devastado pelo tsunami de 2011.
Após várias operações de filtragem, uma grande quantidade de radionuclídeos será eliminada da água, exceto o trítio, considerado menos perigoso para o meio ambiente e para os seres vivos.
Armazenamento descartado, recomendado por organizações ambientais como o Greenpeace, restam três possibilidades técnicas e economicamente viáveis: diluição no mar, evaporação no ar ou combinação de ambas.
Especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) propõem há anos diluir a água contaminada no mar. No entanto, no momento não é possível fazê-lo porque a água ainda contém, de acordo com a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), elementos radioativos perigosos para a cadeia alimentar.
O governo não tomará, porém, uma decisão antes das Olimpíadas de Tóquio de 2020, devido a possíveis consequências diplomáticas.
Um subcomitê do governo japonês estuda os aspectos técnicos do assunto, mas também os possíveis danos à imagem do Japão no exterior.
Pescadores, agricultores e grupos de defesa ambiental do Japão e da região, particularmente da Coreia do Sul, se opõem à evaporação ou descarga da água contaminada no mar.