A Sony de hoje pode não ser a Sony toda poderosa dos anos 1990, mas a gigante japonesa ainda tem um nome muito forte em uma série de áreas — algumas voltadas diretamente para o consumidor, como é o caso do PlayStation, e outras nos “bastidores” do mundo tecnológico. A empresa ainda é, por exemplo, a principal fornecedora de sensores de câmeras para smartphones do mundo — e parece estar enfrentando alguns problemas relacionados a isso.
De acordo com a Bloomberg, a Sony montará um esquema especial pelo segundo ano consecutivo: suas linhas de produção funcionarão 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante o período do fim de ano. Ainda assim, segundo o chefe da unidade de semicondutores da empresa, Terushi Shimizu, pode ser que o ritmo não seja suficiente para suprir a demanda dos clientes da Sony.
A japonesa tem investido na expansão das suas fábricas de semicondutores e sensores de câmera: neste ano fiscal, os investimentos na área dobrarão para US$2,6 bilhões, e uma nova fábrica em Nagasaki (Japão) começará a operar em abril de 2021; a ideia é aumentar a produção mensal de wafers, dos atuais 109 para 138 mil por mês.
Sobre as dificuldades na produção, Shimizu falou o seguinte:
Julgando pela forma que as coisas estão indo, mesmo depois de todos os investimentos na expansão da capacidade, pode ser que ainda não seja o suficiente. Nós estamos tendo que nos desculpar com os nossos clientes porque simplesmente não conseguimos produzir o bastante.
Os clientes citados por Shimizu, naturalmente, são grandes fabricantes de smartphones, como a Apple — a Maçã usa exclusivamente sensores da Sony nos iPhones, e poderá sofrer com o atraso na produção deles. Ainda não há uma estimativa real de como essa dificuldade poderá afetar a disponibilidade de iPhones, mas pode ser que tenhamos alguns probleminhas nos próximos meses.
A reportagem da Bloomberg corrobora, ainda, os planos da Apple de adotar a tecnologia mais recente da Sony em termos de captura de imagens: os sensores Time of Flight (ToF), que conseguem “enxergar” em três dimensões e, com isso, criar modelos de profundidade detalhados com separação clara de planos, Modo Retrato mais realista e várias aplicações para jogos e software de realidade aumentada.
Isso, claro, se eles conseguirem produzir peças num ritmo aceitável. Será?