Nos anos 2000, diversas bombas não explodidas foram descobertas no mar, próximo à cidade de Kanda. Essas bombas, cheias de gás venenoso, pertenciam ao Exército Imperial Japonês, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 2000, o governo retirou as bombas das águas e ordenou que medidas fossem tomadas para desintoxicar mais de 3.000 agentes químicos. Três anos atrás, oficiais do governo confirmaram o fim das operações e o fechamento das instalações de descarte.
No entanto, recentemente, foi revelado que o governo ocultou a existência de outra bomba, descoberta em 2017. Além de que uma nova instalação foi construída em Kanda, sem conhecimento da população, onde, o descarte de bombas ainda está ocorrendo. Essas informações foram fornecidas ao Nishinippon Shimbun, por um pesquisador independente (de 60 anos), que contatou o jornal.
De acordo com o Ministério da Terra, responsável por supervisionar o desenvolvimento da região de Kyushu, e do porto de Kanda, como a bomba não apresentava riscos, ela foi mantida no fundo do mar dentro de uma lata de ferro. E, foi destruída em 2018. Entretanto, as alegações contradizem a Agência de Defesa que afirma que a instalação, para destruição de bombas, havia sido fechada em 2016.
Quanto a localização da nova instalação misteriosa, o Ministério da Terra recusa-se a fornecer a informação. Fontes familiarizadas com as operações informaram que as autoridades não tornaram a questão pública e não consultaram a população local, porque isso tornaria o processo muito mais demorado e caro. O governo central comentou que mesmo que ocorresse um acidente, a população não seria afetada.
Segundo o professor de direito constitucional,
Wataru Oshiro, que estuda sobre métodos de descarte de bombas, os funcionários do governo agiram de forma perigosa, pois quando instalações do tipo são estabelecidas, é preciso fazer um longo e profundo estudo dos efeitos e consequências que podem ocorrer em casos de acidentes, e é necessário criar rotas de fuga para evacuações.
O responsável por um grupo de conscientização sobre armas químicas abandonadas, Takeo Otani, acredita que muitas outras bombas, no fundo do mar, estão sendo escondidas pelo governo.