Nesta quinta-feira (9), a Comissões de Atletas do COI junto ao Conselho Executivo da entidade emitiu um documento relacionado a protestos de esportistas durante os Jogos Olímpicos. De acordo com as entidades, os atletas que protestarem em Tóquio 2020 poderão sofrer uma possível ação disciplinar sob as diretrizes da regra 50.
Está é a primeira vez que a Comissão de Atletas do COI estabelece diretrizes específicas sobre a Regra 50. A norma declara que “nenhum tipo de demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em quaisquer locais olímpicos, instalações ou outras áreas” – para competidores nos Jogos Olímpicos.
Além disso, o documento também proíbe protestos e manifestações em “todos os locais olímpicos”, incluindo cerimônias de medalhas, campo de jogo e a Vila Olímpica.
As regras vêm em resposta a protestos de atletas em grandes eventos esportivos do ano passado, incluindo os Jogos Pan-Americanos em Lima e o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos em Gwangju.
“Se um atleta ou participante infringir a Regra 50 e a Carta Olímpica, cada incidente será avaliado por seu respectivo Comitê Olímpico Nacional, Federação Internacional e COI, e as medidas disciplinares serão tomadas caso a caso, conforme necessário “, informa o documento do COI.
As diretrizes da Comissão de Atletas do COI definem esses protestos como recusa em seguir o protocolo de cerimônias oficiais.
Segundo o documento, manifestações em locais olímpicos acabam com a “dignidade” da competição ou a cerimônia em que ela ocorre.
“Quando um indivíduo faz suas queixas, ainda que legítimas, mais importantes do que os sentimentos de seus concorrentes e da própria competição, a unidade e a harmonia, bem como a celebração do esporte e da realização humana, diminuem”, acrescenta.
A presidente da Comissão de Atletas do COI, Kirsty Coventry, cujo mandato termina na conclusão de Tóquio 2020, disse que as diretrizes estavam lá para fornecer “clareza” aos competidores. Ela alega, inclusive, que os atletas são capazes de expressar suas opiniões nas mídias sociais, durante coletivas de imprensa, entrevistas e em reuniões de equipe.
“Tivemos muitas consultas com atletas e o feedback tem sido muito consistente. A maioria dos atletas sente que é muito importante que nos respeitemos como atletas, mas precisávamos de clareza, e eles queriam clareza nas regras, e é isso que essas diretrizes fazem”, explicou.
No início do mês o presidente do COI, Thomas Bach, já havia alertado os atletas contra protestos de qualquer forma em Tóquio 2020.