Será o fim dos transplantes de coração? Uma equipe da Universidade de Osaka, no Japão, anunciou que fez o primeiro transplante mundial de células musculares cardíacas criadas a partir de células-tronco.
Em vez de substituir o coração inteiro do paciente, os cientistas japoneses depositaram células-tronco diretamente nas áreas danificadas do coração. Ao entrar em contato com a superfície, essas “folhas” de células-tronco liberam uma proteína que ajuda a regenerar os vasos sanguíneos e a melhorar o funcionamento do coração.
A equipe realizou a operação este mês em um paciente e garantiu que foi um sucesso. Desde então, o paciente se mudou para a enfermaria geral de um hospital. No anúncio, feito esta semana em Osaka, a equipe explicou que o paciente recebeu transplante de células musculares cardíacas – realizado a partir de células-tronco pluripotente induzidas, conhecidas como iPS.
As folhas
Os cientistas explicaram como funcionam as células nas folhas degradáveis ligadas à superfície do coração. Disseram que as células iPS já foram derivadas de células sangüíneas de doadores saudáveis e armazenadas. Cada folha tem cerca de 4 a 5 centímetros de largura e 0,1 milímetro de espessura.
Próximos passos
Enquanto monitoram o paciente que recebeu o tratamento, os profissionais pretendem fazer novos testes em ao menos 10 pessoas nos próximos três anos, focando naqueles que sofrem de mau funcionamento cardíaco causado por cardiomiopatia isquêmica. A ideia dos médicos japoneses é fazer com que essas iPS virem células cardíacas.
Se for eficaz, ele acreditam que o método poderá substituir os transplantes de coração no caso de alguns pacientes. “Espero que se torne uma tecnologia médica que salve o maior número de pessoas possível, pois já vi muitas vidas que não pude salvar”, disse Yoshiki Sawa (foto acima) em entrevista coletiva divulgada pelo Japan Times.