A nova esperança de salvação para pacientes com covid-19 se chama favipiravir. Se trata de um antiviral japonês que se mostrou eficaz no tratamento de pacientes com a infecção no país oriental, e também na China. Agora, começará a ser usado de forma experimental em cerca de 20 países como Rússia, Turquia, Irã, Indonésia e República Tcheca.
O favipiravir foi desenvolvido para tratar infecções graves causadas por uma alta carga viral, e atua contra vários vírus do tipo RNA (como o novo coronavírus), impedindo sua multiplicação.
“O medicamento foi desenvolvido para ser usado em quadros gripais com infecções graves, causadas por uma carga viral alta, e foi previamente aprovado pelas autoridades japonesas como medicamento capaz de tratar a covid-19”, afirma um comunicado do Ministério da Saúde da Rússia, que autorizou seu uso para enfrentar a doença.
Em março, autoridades de saúde chinesas mostraram resultados de testes com o medicamento, que envolveram 320 pacientes, e que realizados por dois centros médicos, nas cidades de Wuhan e Shenzhen. Ambos mostraram que o favipiravir ajuda na recuperação, impedindo que o vírus se multiplique, e sem causar efeitos secundário evidentes.
Em Shenzhen, foram feitos testes em 80 pacientes com covid-19 que apresentavam sintomas leves. Todos se recuperaram após uma média 4 dias tomando o antiviral, enquanto o grupo de controle, que tomou outros remédios mais convencionais, demoraram 11 dias em receber alta. Além disso, a experiência em Shenzen mostrou que os tratados com favipiravir mostraram melhorias nos pulmões em 91% dos pacientes – entre os que tomaram outros remédios, a recuperação pulmonar foi de 62%.
O medicamento é produzido pela empresa Fujifilm Holdings e deverá ser adotado, até o começo de maio, em cerca de 20 países (incluindo os já citados).
Até junho, a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) planejam adicionar o favipiravir à lista oficial de medicamentos que podem ser usados para tratar casos de covid-19.