O ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, que em 2018 foi acusado de má conduta financeira e aguardava julgamento no Japão, terá fugido para o Líbano alegadamente com a ajuda de quatro pilotos, dois comissários de bordo e um oficial de uma companhia aérea turca.
Segundo a agência de notícias Anadolu, procuradores turcos concluíram uma acusação contra aquelas sete pessoas, cuja data de julgamento só será marcada depois de um tribunal do distrito de Bakirkoy, em Istambul, aceitar formalmente a acusação.
Os quatro pilotos e o oficial são acusados de contrabando de um migrante, enquanto os dois comissários de bordo estão acusados de não denunciar um crime, informou a agência. O funcionário da empresa e quatro pilotos permanecem sob custódia enquanto os comissários de bordo foram libertados após interrogatório. Os detalhes da acusação ainda não estão disponíveis mas sabe-se que Carlos Ghosn, empresário que tem múltiplas nacionalidades (francesa, libanesa e brasileira), e que liderou a Nissan de 1999 a 2016, voou para Istambul e foi transferido para outro avião com destino a Beirute, onde aterrou a 30 de dezembro. O Líbano já indicou que não entregará Ghosn.
De acordo com a agência, a companhia aérea turca MNG Jet já tinha dito em janeiro que dois dos seus aviões tinham sido usados ilegalmente na fuga de Ghosn, primeiro voando de Osaka, no Japão, para Istambul e depois para Beirute, onde o empresário de 66 anos tem casa e investimentos. A empresa afirmou que um funcionário admitiu falsificar os registos de voo para que o nome de Ghosn não aparecesse neles.
Entretanto, procuradores do Japão emitiram mandados de prisão separadamente para Ghosn e três americanos que, segundo eles, ajudaram e planearam a sua fuga. O Japão não tem tratado de extradição com o Líbano e é improvável que o ex-chefe da Nissan seja preso. Ghosn diz-se inocente e assume que fugiu do Japão por considerar que a Justiça japonesa está contra ele por ser “estrangeiro e conhecido”.