Em declaração à Agência Reuters nesta manhã (18), a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) Soumya Swaminathan afirmou que a agência espera que centenas de milhões de doses de uma vacina contra a covid-19 sejam produzidas ainda neste ano, e mais dois bilhões até o final do ano que vem.
Segundo a pediatra indiana, a OMS já trabalha com projeções para decidir quem deveria receber as primeiras doses da vacina, tão logo ela seja aprovada.
É certo que a prioridade deverá ser dada aos profissionais da linha frente, como médicos e enfermeiros, pessoas mais vulneráveis por causa da idade ou doenças preexistentes, e a quem trabalha ou vive em locais de alta transmissão como prisões e casas de repouso.
Esperança e otimismo
Afirmando-se muito esperançosa e otimista, Swaminathan reconhece que a área de desenvolvimento de vacinas é um empreendimento complexo e sujeito a muitas incertezas. Por outra lado, afirma, “o bom é que temos muitas vacinas e plataformas, então, se a primeira falhar ou se a segunda falhar, não deveríamos perder a esperança ou desistir”.
Com a expectativa de disponibilização nos próximos meses para prevenção do novo coronavírus, em torno de dez vacinas encontram-se na fase de testes em seres humanos. Alguns paíse estão fechando acordos bilionários com empresas farmacêuticas para garantir o seu suprimento de doses antes mesmo que as vacinas se revelem eficazes.
Swaminathan considera que a expectativa por milhões de doses ainda em 2020 pode ser vista como otimista. Assim como a esperança por até dois bilhões de doses de três diferentes tipos de vacina seja ainda dependente de uma série de condições.
A cientista acrescentou que, até o momento atual, os dados de análises genéticas coletados não indicam que o novo coronavírus tenha passado por nenhuma mutação significativa que pudesse alterar o grau de severidade da doença que causa.