TÓQUIO – O governo do Japão realizou uma reunião na terça-feira (4) para discutir os rumos do sistema de defesa do país, depois da desistência por parte das autoridades japonesas, de instalar o sistema de mísseis Aegis Ashore nas províncias de Yamaguchi e Akita, a pedido do governo dos EUA.
A reunião foi convocada pelo Partido Liberal Democrata do primeiro-ministro Shinzo Abe. Os políticos japoneses estão preocupados com a melhora da tecnologia de mísseis da China e da Coreia do Norte, que no futuro podem ameaçar a soberania do Japão.
Como o Japão não tem o direito de possuir armas de ataque, apenas de defesa, por conta de sua Constituição, os políticos japoneses querem encontrar soluções para frear a ameaça destes dois países dentro dos limites da atual Constituição.
Uma das ideias surgidas é a de criar armas de defesa que possam atacar diretamente bases em território inimigo. Os mísseis seriam lançados do Japão, o que não infringiria a Constituição do país, uma vez que ela não permite invasões em território estrangeiro, mas não menciona nada sobre atacar a partir do próprio Japão.
O novo sistema de defesa/ataque pensado por Tóquio teria a capacidade de atacar bases inimigas antes mesmo delas dispararem um míssil. A ideia é anular a capacidade de mísseis balísticos, especialmente da Coreia do Norte.
A ideia pensada por Tóquio ainda provoca discussões entre os especialistas, já que mesmo alegando a defesa nacional, o uso de uma arma que pode alcançar solo estrangeiro, não deixa de ser um ataque e invasão, sendo contrário ao que diz a Constituição.
O tema ainda deverá ser discutido nos próximos meses, até que se chegue a uma conclusão, porém ainda esta semana um texto preliminar sobre a ideia será enviada ao parlamento japonês.
Entretanto, o Japão já tem alterado algumas atitudes perante a ameaça norte-coreana e chinesa. O porta helicópteros Izumi está sendo reformado para receber caças F35-B. O plano do Japão é operar os caças do porta helicópteros, o que na prática significa que o país estará operando o seu primeiro porta aviões desde o fim da Segunda Guerra Mundial, embora Tóquio recuse o nome de porta aviões, visto que este armamento é considerado uma arma de ataque.