Já faz mais de 30 anos que foi editado a lei que permitiu o visto de longa residência para estrangeiros no Japão, o visto de ( teijusha ). O tratado permite até hoje que apenas descendentes de japoneses até a terceira geração (sansei) possam morar e trabalhar no país. O vereador Jhony Sasaki, diz que essa lei precisa ser reeditada porque impede que os bisnetos de japoneses possam ter os mesmo direito que os pais ao visto de teijusha que permite trabalhar e morar na terra dos seus ancestrais. Por esse motivo, muitas famílias estão separadas.
Calcula-se que na cidade de São Vicente/SP, existam quase oito mil nipo-brasileiros “nikeis”. Em toda Baixada Santista e Vale do Ribeira. Jhony Sasaki relembra o impacto positivo da imigração japonesa no Brasil e a contribuição dos brasileiros que fizeram o caminho inverso do seus ancestrais e foram trabalhar no Japão. “Para se ter uma ideia na década de 90 os ‘nipodescententes’ enviaram mais remessas para o Brasil em dólar do que o país recebia exportando café. Precisamos estreitar os laços entre os dois países”, conclui Jhony Sasaki.
Ana Cristina Miyashiro (27) moradora da Vila Margarida em São Vicente, diz que não consegue voltar ao Japão por causa das dificuldades para tirar o visto para yonsei. Ela conta que faz 9 anos que não vê os pais que atualmente moram do outro lado do mundo em Kanagawa.
O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, se demonstrou sensível à situação e se colocou à disposição para apoiar os parlamentar na revisão dos critérios na concessão de vistos de entrada no Japão aos yonseis, que são os brasileiros bisnetos de imigrantes japoneses.
O anúncio aconteceu durante uma reunião de videoconferência com o vereador de São Vicente, Jhony Sasaki, e a deputada federal, Rosana Valle.
O vereador destacou que atualmente vivem mais de 200 mil brasileiros no Japão. “Apenas no estado de São Paulo são mais de 1,5 milhão de descendentes de japoneses. Além do teste de proficiência, existem outras exigências que dificultam a ida da quarta geração ao Japão”, alega.
Esses e outros critérios dificultam muito as chances de ingresso dos yonseis ao Japão para trabalhar. “Queremos reaproximar famílias e fortalecer, ainda mais, as relações entre os povos japonês e brasileiro”, disse a deputada federal Rosana Valle.
“As famílias estão separadas por causa de uma categoria de visto e isto não é justo. É um desrespeito com a história da imigração japonesa no Brasil e com a imigração brasileira no Japão”, concluiu Sasaki.
O embaixador se colocou à disposição de auxiliar na temática. “Vamos relatar as informações desta videoconferência ao embaixador do Brasil em Tóquio e também iniciar as tratativas junto ao governo japonês”, disse França que também parabenizou os parlamentares pela propositura.
“Contem conosco. Vou me aprofundar no assunto e espero vocês em Brasília”, disse o ministro, que já morou no Estado de São Paulo e conhece a importância da comunidade nipônica.
Visto para yonsei: quase 4 décadas de espera
Hoje, para dar o visto, o Japão exige que o yonsei tenha entre 18 e 30 anos; que não leve ninguém da família; que tenha um mentor no Japão. O candidato também deve ter a capacidade de passar no Teste de Proficiência em Língua Japonesa N4.
Jhony Sasaki é filho de japoneses e morou por 27 anos no Japão. Vivenciou as dificuldades e a trajetória da comunidade brasileira. Hoje, sua luta é pela revisão dos critérios para o ingresso dos descentes no país de seus antepassados.
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