A morte do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que morreu após o ataque a tiros nesta sexta-feira (8), choca um país onde é muito difícil de se obter armas de fogo e a violência política é extremamente rara.
Abe foi baleado duas vezes na cidade de Nara, enquanto fazia um discurso. O atirador foi identificado como Tetsuya Yamagami, de 41 anos, e está preso.
O suspeito teria usado uma arma artesanal, que parecia ser uma espingarda de cano duplo improvisada ou caseira. O atirador seria um ex-integrante da Força de Autodefesa Marítima do Japão, o equivalente japonês da Marinha.
As restrições de posse de armas do Japão não permitem que cidadãos comuns tenham revólveres, e caçadores licenciados podem adquirir apenas rifles. Os donos de armas devem assistir às aulas, passar por um teste , por uma avaliação de saúde mental e uma verificação de antecedentes criminais.
Para se ter uma ideia, em 2018, houve apenas nove incidentes de mortes por armas de fogo no Japão, segundo dados da GunPolicy, um órgão de pesquisas apoiado pela Universidade de Sidney e pela UNSCAR, secretaria da ONU para regulamentação de armas.
No mesmo ano, os EUA tiveram 39,740 mortos por armas de fogo, enquanto o Brasil registrou, um ano antes, 49.611 óbitos.
Abe estava acompanhado por uma equipe de segurança, mas parece que o atirador conseguiu chegar a poucos metros do político sem nenhum tipo de impedimento.
O ataque a tiros contra uma figura tão proeminente é profundamente chocante em um país que se orgulha de ser seguro.
Fonte: G1