Os moradores de rua do Japão são conhecidos como homeless. Eles ficam nos parques, estradas e no entorno de estações de trem.
Shibuya, Shinjuko e Kamagasaki tem o maior número de moradores de rua, mas o problema fica mais evidente nas cidades grandes, como Tóquio, Osaka e Yokohama.
Durante muito tempo, o governo não admitia ter moradores de rua, mas com o passar dos tempos eles foram ficando evidentes e era difícil escondê-los.
Eles começaram a entrar para as estatísticas em 1995 pelo sistema de saúde público. No entanto, o problema começou mesmo depois da Segunda Guerra Mundial.
Em dados de 2016, foram registrados cerca de 5,000 em todo o Japão, porém muitos acreditam que o número seja maior. Os oficiais realizam a contagem apenas durante o dia, mas todos sabem que eles costumam se esconder neste horário.
Dentre algumas medidas adotadas, o governo os ajuda a se recolocarem no mercado de trabalho, como guardas e faxineiros, por exemplo, porém muitos recusam essa ajuda pela vergonha.
Existem abrigos para os homeless, mas eles não servem como residência fixa, são lugares de reabilitação. Os números de homeless tem caído, segundo as estatísticas, em 2010 eram mais de 10,000, provando que as medidas estão no caminho certo.
Muitos deles, recusam ajuda do governo por vergonha. Temem que seus familiares descubram seu fracasso em conseguir um emprego bom.
Alguns escolheram esse tipo de vida, pois não concordam com o governo japonês. Outros tem algum problema mental ou foram desiludidos com grandes traumas desenvolvendo depressão e perdendo tudo.
Existem também os cyber-homeless ou Net-café-homeless. Estas pessoas têm empregos, mas não ganham o suficiente para alugar um apartamento.
Esses japoneses moram em cyber-cafés ou manga-cafés, locais que disponibilizam pequenos cubículos equipados com computador conectado a internet, mesa e cadeira, alguns tem pequenos sofás também.
Os cyber-cafés tem toda estrutura para que as pessoas dormirem, disponibilizam banheiro com chuveiro e itens de higiene, como toalhas e escovas de dentes. Além disso, a maioria dos locais oferece pequenos armários e serviços de lavanderia. Eles possuem máquinas de alimentos e bebidas automáticas também.
Inicialmente, as pessoas escolhiam passar a noite nos cyber-cafés por perderem o trem para voltar para casa. Como os preços são atrativos, os jovens japoneses que não ganham tão bem começaram a fazê-las de casas temporárias.
Durante o dia pode ser difícil vê-los nas ruas, muitos se vestem como se fossem trabalhar para não serem identificados. É durante a noite que é possível ver as pessoas dormindo nas ruas em pequenas cabanas improvisadas ou caixas de papelão.
Eles não costumam pedir dinheiro, comida ou mendigar na rua e se viram como podem. Catam latinhas, trabalham com reciclagem ou esperam o dia passar. Se preocupam em não incomodar os outros ou ser um problema para a sociedade, por isso se escondem.
Quando amanhece, eles se preocupam em recolher e guardar seus pertences para não poluir a paisagem, obstruir a passagem ou atrapalhar. Mantém suas cabeças baixas e não costumam ser receptivos a conversas.
“Quando a economia do Japão voltou ao seu auge, muitos voltaram a trabalhar”, conta Ogawa.
O parque Ueno era o lugar onde costumavam ficar muitos moradores de rua. Depois do fim da II Guerra, muitos escolheram o parque como moradia.
A maioria composta por homens com mais de 40 anos que não conseguiam se recolocar no mercado ou jovens que perderam os empregos e sem quase nenhuma experiência.
Fonte: Coisas do Japão