Autoridades dos Estados Unidos acusaram Takeshi Ebisawa, um destacado membro da organização criminosa japonesa Yakuza, de envolvimento em uma operação de tráfico internacional de materiais nucleares. Segundo o Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, Ebisawa, de 60 anos, conspirou para vender urânio e plutônio, materiais utilizados em armas nucleares, para países estrangeiros, incluindo Mianmar.
A investigação desvendou que, em 2020, Ebisawa entrou em contato com um agente disfarçado da Drug Enforcement Administration (DEA), que fingia ser um traficante de drogas e armas. Durante as negociações, o líder yakuza ofereceu-se para intermediar a venda de materiais nucleares provenientes de um grupo rebelde em Mianmar.
O caso tomou um rumo ainda mais grave quando Ebisawa introduziu o agente disfarçado a um suposto general iraniano, manifestando a possibilidade de fornecer plutônio “poderoso”. Posteriormente, em maio de 2021, ele apresentou uma lista de armamentos, incluindo mísseis terra-ar, desejando adquiri-los em nome do líder do grupo.
O ponto culminante dessa operação ocorreu em fevereiro de 2022, quando Ebisawa e seus cúmplices entregaram ao agente da DEA, em um hotel na Tailândia, contêineres alegando conter pó concentrado de urânio amarelo. Análises posteriores realizadas por um laboratório forense nuclear dos EUA confirmaram a presença de quantidades detectáveis de urânio e plutônio adequados para a fabricação de armas nucleares nas amostras fornecidas.
Ebisawa já havia sido preso e acusado em abril de 2022 por tráfico internacional de narcóticos e violações de leis de armas de fogo em Nova York.
O procurador-geral adjunto Matthew Olsen expressou a gravidade da situação, destacando o perigo potencial caso esses esforços tivessem sido bem-sucedidos.
Fonte: Kyodo