Uma nova onda de bandas criadas com inteligência artificial (IA) está revolucionando o cenário musical e provocando preocupações entre artistas e especialistas. Grupos como Velvet Sundown e Aventhis, formados inteiramente por IA, já acumulam milhões de reproduções em plataformas como o Spotify, sem que o público saiba que estão ouvindo músicas sintéticas — uma vez que a maioria dos serviços de streaming não identifica claramente o uso da tecnologia, com exceção do francês Deezer.
Produtores e compositores apontam que a presença da IA na música está crescendo silenciosamente, ao mesmo tempo em que o mercado tradicional desacelera. “Suspeito que a IA seja uma grande parte do motivo”, diz Leo Sidran, compositor e vencedor do Oscar. Para ele, a tecnologia escancara o quanto os gêneros musicais se tornaram previsíveis, tornando mais difícil competir com sons automatizados, baratos e prontos para consumo passivo.
Especialistas alertam que trilhas sonoras geradas por IA já ocupam espaço em filmes, anúncios, lojas e elevadores, substituindo obras humanas. Plataformas de streaming, por sua vez, enchem playlists com faixas atribuídas a artistas inexistentes, tornando o mercado ainda mais inacessível para músicos reais.
“A IA já está na indústria da música e não vai desaparecer”, afirma Mathieu Gendreau, executivo e professor nos EUA. Já o professor George Howard, do Berklee College of Music, alerta que a IA representa um desafio inédito e ameaça a sustentabilidade da carreira artística para a maioria dos músicos.
Como reação, especialistas recomendam que os artistas valorizem sua autenticidade e apostem em shows ao vivo — um território que as bandas de IA ainda não conquistaram.
Fonte: Japan Today









