No início dos anos 2000, moradores de Kamisu, na província de Ibaraki, sofreram graves problemas de saúde após consumir água de poço contaminada por arsênio. O caso mais grave foi o de Ryuji Aotsuka, hoje com 24 anos, que desenvolveu deficiências severas após ser exposto à substância ainda bebê.
As investigações revelaram que o veneno vinha de ácido difenilarsênico, derivado da produção de armas químicas do Exército Imperial Japonês durante a Segunda Guerra Mundial e enterrado de forma irregular na região. Amostras mostraram níveis 450 vezes acima do padrão ambiental.
O episódio ficou conhecido como Caso Kamisu de Arsênico. Diversos moradores apresentaram sintomas neurológicos, semelhantes aos da doença de Minamata. Em 2006, as vítimas processaram o governo japonês e a Prefeitura de Ibaraki. Seis anos depois, a Comissão Nacional de Disputas Ambientais determinou que a prefeitura deveria arcar com os custos médicos, mas não responsabilizou diretamente o governo pela má gestão da substância.
Apesar das indenizações, as famílias ainda convivem com sequelas físicas e psicológicas. Ryuji, que surpreendeu médicos ao conseguir andar e até jogar futebol, depende de cuidados constantes da família. Sua mãe, Miyuki, expressa dor e resignação: “Culpo a guerra por nos causar sofrimento indireto, mas decidi ser positiva. Amo meu filho Ryuji”.
Fonte: Japan Today









