Líderes republicanos no Congresso americano estão propondo mudanças profundas na Lei de Proteção aos Mamíferos Marinhos, de 1972 — legislação considerada essencial para a recuperação de espécies como a baleia-franca do Atlântico Norte e a baleia jubarte. O projeto, apresentado pelo deputado Nick Begich, do Alasca, pretende afrouxar restrições a pescadores e indústrias marítimas, o que provocou forte reação de grupos ambientalistas.
A proposta reduziria os padrões populacionais exigidos para os mamíferos marinhos e restringiria a definição de “assédio” a casos em que os animais são realmente feridos, eliminando a atual proteção contra atividades com “potencial de causar dano”. Também adiaria até 2035 regras específicas de proteção às baleias-francas, uma das espécies mais ameaçadas do planeta.
O projeto recebeu apoio de setores pesqueiros do Maine, Havaí e Alasca, que afirmam que as restrições atuais prejudicam atividades tradicionais, como a pesca da lagosta. Representantes da indústria marítima alegam que a lei se tornou “antiquada” e limita a inovação tecnológica.
Em contrapartida, ambientalistas e cientistas alertam que as mudanças colocariam em risco décadas de avanços na conservação. Kathleen Collins, do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, destacou que a lei “baseia medidas de proteção na melhor ciência disponível” e foi decisiva para evitar a extinção de diversas espécies.
Grupos como a Oceana classificaram o esforço republicano como parte de um retrocesso ambiental iniciado no governo Trump. “A lei é flexível e eficaz — não há necessidade de reformulá-la”, disse Gib Brogan, diretor da organização.
A disputa reflete o embate entre interesses econômicos e ambientais na política americana, em meio à pressão por modernizar regulações sem comprometer a preservação da vida marinha.
Fonte: Japan Today









