Preocupado com o envelhecimento da comunidade brasileira no Japão, o vereador Jhony Sasaki tem se dedicado a levar as demandas dos imigrantes e discutir os problemas tanto com o governo japonês quanto com o brasileiro. Sua luta é por reconhecimento, dignidade e justiça a uma comunidade que, há décadas, sustenta pontes invisíveis entre dois países.
Apesar de 117 anos de relações migratórias entre Brasil e Japão, o esforço dos imigrantes e de seus descendentes ainda não foi verdadeiramente valorizado. O Japão, por exemplo, nunca reconheceu oficialmente os nisseis e sanseis — termos usados para designar a segunda e terceira geração de descendentes de japoneses nascidos fora do país. Até hoje, é exigido visto de trabalho para que filhos e netos de japoneses brasileiros possam viver e trabalhar no arquipélago.
Nos últimos anos, com o envelhecimento acelerado da comunidade brasileira, muitos têm enfrentado dificuldades para renovar vistos e para acessar programas sociais japoneses, como o Seikatsu Hogo — um auxílio fundamental destinado a pessoas de baixa renda. A burocracia e a falta de reconhecimento têm deixado muitos imigrantes em situação de vulnerabilidade.

“A história dos imigrantes japoneses no Brasil e dos brasileiros descendentes que fizeram o caminho inverso nunca foi devidamente reconhecida por nenhum dos dois governos”, afirma Jhony Sasaki. “Ambos ignoram o sofrimento, o trabalho e a contribuição dessas pessoas que ajudaram a construir o que somos hoje.”
História de Esquecimento
Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908, a bordo do navio Kasato Maru, e enfrentaram uma realidade dura e hostil. Muitos foram explorados nas lavouras de café, enganados com falsas promessas e até perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil rompeu relações com o Japão.
Esse capítulo da história, marcado por dor e resistência, foi esquecido pelos livros oficiais, mas permanece vivo na memória das famílias nikkeis.
Mesmo assim, os descendentes de japoneses continuam promovendo a cultura japonesa no Brasil com amor e dedicação — quase sempre sem apoio governamental. São associações, festivais e escolas de idioma que mantêm viva a herança cultural e fortalecem a imagem positiva do Japão em território brasileiro.
A Nova Geração e o Desafio do Futuro
Hoje, a quarta geração — os yonseis — enfrenta uma realidade ainda mais dura. O governo japonês impôs critérios rigorosos para a concessão de vistos, dificultando a permanência de jovens descendentes e, em muitos casos, proibindo o reagrupamento familiar. Muitos desses jovens, já casados e com filhos, veem seus sonhos interrompidos pela burocracia e pela falta de empatia das autoridades.
“O Japão precisa entender que essa comunidade faz parte da sua própria história. E o Brasil precisa lembrar que seus filhos estão lá, envelhecendo, sem amparo. Não podemos permitir que essa geração seja esquecida”, declara Jhony Sasaki, emocionado.
Com sua voz firme e empática, Jhony vem se tornando uma ponte entre os dois governos, atuando como porta-voz da comunidade nikkei e lutando para que o reconhecimento e o respeito finalmente atravessem o oceano.









