Um número crescente de mulheres solteiras no Japão tem buscado a maternidade por meio de bancos de esperma no exterior, já que o país não possui um arcabouço legal claro para a doação de gametas a pessoas não casadas. Entre elas estão mulheres que, apesar do forte desejo de ter filhos, evitam relacionamentos devido a traumas, como abuso emocional ou sexual.
As diretrizes da Sociedade Japonesa de Obstetrícia e Ginecologia permitem inseminação artificial e fertilização in vitro apenas para casais legalmente casados, deixando mulheres solteiras fora do sistema. Mesmo assim, algumas clínicas acolhem discretamente pacientes que utilizam doadores estrangeiros.
Para muitas, a doação de esperma representa uma alternativa concreta à maternidade. Uma mulher de 43 anos de Tóquio, que sofreu abuso no casamento, tornou-se mãe no ano passado após recorrer a um banco internacional. Outra, de 36 anos, marcada por abuso sexual na infância, prepara-se para engravidar da mesma forma.
Especialistas apontam que a falta de regulamentação gera desafios, como questões sobre identidade genética e riscos médicos, mas reforçam que a estrutura familiar não determina a felicidade da criança. Mães que seguiram esse caminho afirmam buscar transparência com seus filhos e desejam formar comunidades de apoio para famílias em situações semelhantes.
Fonte: Japan Today









